Sociedade

Grupo dos Amigos de Lagos refletiu sobre a "problemática" gestão da água no concelho

 
Na passada quinta-feira e, na sequência de mais um Encontro do Grupo dos Amigos de Lagos, foi a debate o tema das alterações climáticas e a gestão da água, “na perspetiva do que deveremos fazer já a curto e a médio prazo”.

 
A sessão que teve lugar na Biblioteca Municipal Dr. Júlio Dantas, integrada no ciclo "Viver em Comunidade" refletiu sobre a água como um recurso vital e a crescente tendência para aumentar o seu consumo, ao mesmo tempo em que se trata de um recurso cada vez mais escasso.
 
Foi sublinhado que, tanto as reservas de superfície como as subterrâneas dependem da pluviosidade, havendo um quadro climático de maior incerteza, com probabilidade de precipitações anuais bastante escassas.
 
Se no curto prazo o sistema multimunicipal tem condições para assegurar o fornecimento, num quadro mais desfavorável, advirão problemas difíceis."É preciso aumentar e poupar as reservas de águas superficiais e subterrâneas, diversificar as fontes de captação", lê-se na nota enviada à imprensa do Grupo dos Amigos de Lagos. 
 
O mesmo Grupo, afiança que mais tarde ou mais cedo, este cenário implicará o recurso à dessalinização e que, presentemente, esse processo apresenta custos de produção por m3 equiparáveis a outras origens da água, pelo que, embora o investimento inicial seja oneroso, “sem dúvida será o mais reseliente”.
 
A pressão sobre os aquíferos já não passa desapercebida a olho nu, no tom da paisagem. "No espaço de pouco mais de uma geração, em grande parte do território, perdemos o verde para o castanho e o problema afeta todos os ecossistemas", foi também outra conclusão.
 
Na mesma sessão foi vista com preocupação a quantidade de extrações de água de qualidade a servir a jardinagem e o golfe. "Um projeto que tem sido adiado para a criação de uma rede de águas recicladas aptas para todo o tipo de regas e lavagens, mas tal ideia não deveria ser afastada, assim como o aproveitamento de águas pluviais em meio urbano. Também um maior investimento e eficiência das redes de baixa e dos dispositivos de utilização, poderá contribuir para evitar as perdas de água no município, ainda consideráveis".
 
Por fim, entendeu-se que várias preocupações e exigências decorrentes das alterações climáticas deverão ser incluídas no PDM, para aplicar aos novos projetos e salvaguardar melhor as áreas ecológica e agrícola.
 
Relativamente à Reserva Agrícola Nacional, foi propostp que a agricultura intensiva com rega e dimensão se restrinja a perímetros de regadio ou sempre na base de reservas superficiais de água, públicas ou particulares, o que não se verifica, assenta a mesma nota do Grupo dos Amigos de Lagos.