Os presidentes da Câmara Municipal de Lagoa e da Agência Portuguesa do Ambiente, (APA) visitaram na passada sexta-feira, as praias da Marinha, de Benagil e de Ferragudo. No périplo, os responsáveis verificaram a pressão que é feita sobre a praia de Benagil e da Marinha, pelas visitas à famosa gruta do concelho.
Em declarações ao Algarve Primeiro, Luís Encarnação refere ter intenções de submeter à APA, logo após o verão, uma proposta que limite o volume de visitas à gruta, «permitindo uma maior preservação deste património natural do concelho».
O autarca diz que a ideia é «ordenar o acesso à gruta», isto é, limitar essas visitas «que de há 2 anos a esta parte, tornaram-se insustentáveis. Existe um número exagerado de visitantes quer na praia quer na gruta, e se nada fizermos vamos aumentar a erosão daquele espaço».
Reconhecendo que será um processo «longo», por envolver várias entidades, o objetivo é estabelcer um regime de exceção «à semelhança do que acontece no ilhéu de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel nos Açores, que também tinha uma grande carga de visitantes e hoje está limitada».
O autarca sublinha que não se trata de «proibir ou impedir» o acesso à praia ou à gruta, mas sim estabelcer um limite diário, «uma capacidade de carga diária que permita que a afluência de kayaks e embarcações marítimo-turísticas seja desenvolvida de forma sustentável, com benefícios para todos, melhorando significativamente a vida dos residentes em Benagil, porque o que se passa nestes meses de verão é um verdadeiro pandemónio face à quantidade de viaturas que por ali circulam diariamente».
Luís Encarnação confindenciou, que ainda recentemente contabilizou 14 embarcações à espera para entrar na gruta, «chegam a esperar meia-hora, 40 minutos, portanto dá para perceber que alguma coisa tem mesmo que ser feita».
O responsável defende que se for implementado um limite de carga diária, «valoriza-se um local que é muito apreciado por todos». O Presidente da APA, mostrou-se recetivo à ideia, sendo um primeiro passo para avançar com o processo. Já em setembro serão desencadeadas diligências com vista a que no próximo verão, esse ordenamento seja posto em prática para disciplinar as visitas ao local, mas também às praias de Benagil e da Marinha, garantiu o autarca ao nosso jornal.
Na fase transitória de adaptação às novas regras, o Presidente da Câmara de Lagoa admite mesmo recorrer à fiscalização apertada, «porque o que se vê hoje é que as próprias forças de segurança, são por vezes impotentes para conseguir disciplinar o trânsito, para além das questões da segurança, se for preciso uma viatura de emergência acorrer ao local, torna-se muito dificil nos moldes atuais», concluiu.
