Os últimos anos foram marcados pelo “filho único e especial” como reflexo da contenção e do medo de arriscar um segundo filho num tempo de precariedade.
O filho único foi o recurso dominante no país, já que os pais tinham consciência das dificuldades em dar resposta a um segundo filho e a um aumento significativo das despesas, num tempo delicado em que poucas oportunidades se abriam.
Não se sabe ao certo o que mudou, mas o ano de 2015 marca a viragem da tendência com um aumento de casais a alargarem o agregado familiar.
De acordo com os mais recentes dados do INE, o segundo filho ganha proporção histórica, já que, há 35 anos que não havia tantos registos de nascimentos, o que explica o aumento da natalidade verificado em 2015.
A imagem de uma família a quatro está de novo a ganhar visibilidade. O pai empurra o carrinho de bebé e a mãe leva pela mão o irmão ou irmã mais velho. Os números mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) dão sinais de que alguma coisa está a mudar. A percentagem de segundos filhos atingiu, em 2015, um recorde dos últimos 35 anos.
A esperança no futuro e uma maior confiança no país pode explicar esta inversão de tendência, sabendo-se que, sempre que as pessoas se sentem mais confiantes, aumenta o número de mulheres grávidas no país!
Portugal tem por tradição as famílias numerosas, pelo que se considera exceção o tempo do filho único que prevaleceu nos últimos anos.
Eram muitos os casais que lamentavam não ter condições para arriscar a chegada de um segundo filho. A fazer fé nos números, os portugueses estão a aproximar-se desse desejo.
Algarve Primeiro