Política

Habitação, rede móvel e internet - A receita de Osvaldo Gonçalves para combater o despovoamento em Alcoutim

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Osvaldo Gonçalves foi reeleito presidente da Câmara Municipal de Alcoutim. Na liderança do município há oito anos, a tomada de posse para o novo mandato, acontece no próximo dia 18 de outubro, no Espaço Guadiana, a partir das 18:00.

Ao Algarve Primeiro, o autarca falou sobre o novo mandato, dizendo não haver “especificamente uma bandeira que nos defina como diferenciadora dos anteriores, iremos ter o privilégio de poder concretizar algumas coisas que planeámos e projetámos para este mesmo mandato”. 
 
A prioridade assenta no desenvolvimento do território. A habitação é tema central, com “a Estratégia Local de Habitação que foi aprovada na última reunião de câmara que tivemos, a 3 de setembro, e que tem um período de cinco anos para ser executada. Penso que pode ser um ponto diferenciador de todos os outros, porque através desta estratégia iremos ter condições de financiamento para aumentar aquela que tem sido a nossa preocupação, criar condições para acolher as pessoas e melhorar as condições de habitabilidade, e até aumentar o número de habitações disponíveis. Isto é algo que já temos vindo a fazer no passado, mas agora com outro impacto e com outra capacidade de financiamento”.  
 
As melhorias para o desenvolvimento local não passam só pela habitação, mas também pela rede móvel e internet. O presidente refere que “muito trabalho foi feito, no sentido de sensibilizar as operadoras a trazerem condições para ampliar a melhoria da rede móvel e com a certeza de que esta melhoria cria condições para atrair pessoas, e a pandemia veio dar-nos razão sobre isso. Ter rede móvel, internet, fibra, é meio caminho andado para que os nossos territórios saiam do anonimato e da situação crítica do despovoamento, porque existem casas, segunda habitação, que não estão habitadas, outras que podem ser arranjadas e melhoradas, mas existe esta falta...”.
 
O saneamento, a água e as estradas também são assuntos a trabalhar, mas Osvaldo Gonçalves considera que a rede móvel e a internet são “o ‘pontinho’ que falta para tornar parte do nosso concelho em condições plenas de trazer pessoas para trabalhar”. 
 
Relata que “neste último ano, conseguimos que 10 povoações fossem retiradas da sombra, não tinham nada de cobertura de rede móvel, e neste momento têm cobertura total, e têm também os dispositivos para aceder à internet com uma velocidade que é suficiente para poder trabalhar e ter uma outra qualidade de vida”.
 
Daqui a quatro anos, espera ver o concelho “um pouco melhor do que vejo hoje, sobretudo naquilo que tem a ver, por um lado, com o acreditar na terra e que as pessoas sintam que existem condições para que possamos fazer coisas que no passado achávamos que só era possível fazer longe daqui”. 
 
E tudo se relaciona com o despovoamento, que “é a maior preocupação que eu tenho. Ter dois agrupamentos de escolas, em que uma só tem o primeiro ciclo porque não há miúdos para mais... Ao longo dos anos, as coisas foram assim, é um fenómeno que não é só nosso, se não seria mais fácil de resolver, é nacional, europeu… Existem preocupações a este nível, e portanto, Alcoutim tem esse grande problema, o desafio que é tentar inverter essa tendência, ou seja, pegar naquilo que já existe, melhorar e reforçar”. Ressalva: “não vale a pena termos uma povoação super bem tratada, com uma rede viária espetacular, água, eletricidade, saneamento, e não ter rede móvel. Estamos a trabalhar nesse sentido, sabendo que não é uma tarefa fácil. Com tempo e com perseverança, havemos de levar água ao moinho”.
 
Nas mesmas declarações, agradeceu aos munícipes o voto de confiança, em que o seu “desejo, vontade e missão é trabalhar todos os dias com as minhas forças e toda a minha equipa no sentido de procurar soluções para que cada dia, melhorem as condições de vida de todos nós, dos nossos concidadãos, quer ao nível daquilo que já se falou, mas também na parte da educação, saúde e em tudo aquilo que é da nossa competência, e enquanto não for, não deixamos e não viramos a cara para o lado, porque seremos sempre uma porta e um porto de abrigo para todos os que precisem de nós”.