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Hábitos de ouro para a memória

Hábitos de ouro para a memória
Hábitos de ouro para a memória  
Foto Freepik
Estudos recentes apresentam algumas orientações para manter uma memória viva e ativa. Descubra-as neste artigo.

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Os cientistas descobriram que, manter uma rotina diária de pelo menos 30 minutos de exercício físico, realizar tarefas domésticas e planear o quotidiano de refeições, compras, arrumações, por exemplo, ajudam a manter a memória durante mais tempo em comparação com os conteúdos que se aprendem em sala de aula.

Os especialistas resumem que, movimentar-se, seguir hábitos nutricionais e repetir essas ações envolve múltiplos sentidos, esforço físico e recompensa emocional, criando “âncoras” de memória mais fortes do que a aprendizagem passiva. A psicologia designa este processo por “codificação ativa”.

Quando combinamos movimento, planeamento e investimento emocional, o cérebro regista a experiência de forma muito mais profunda. Treinos regulares, confeção de refeições e a manutenção de um plano reforçam a memória de maneiras que apenas ler ou ouvir raramente conseguem, explica a ciência dando como exemplo que, os praticantes de exercício físico regular, as donas de casa, ou profissionais que baseiam a sua atividade em contexto prático e com movimento, apresentam mais facilidade em lembrar-se das suas tarefas e até recuperar factos passados mais longínquos do que quem ocupa uma boa parte do tempo a trabalhar de modo passivo e com mais intensidade intelectual.

«O esforço físico diário deixa marcas duradouras que, as atividades exclusivamente mentais não produzem», sublinham os entendidos nesta matéria, sugerindo a prática diária de sessões de treino, planeamento e organização da vida diária e atividades que envolvam movimento «como importantes aliados da memória».

Na mesma sequência, um estudo publicado na BBC News indica que, o exercício regular pode melhorar a neurogénese com a produção de entre 700 e 1.500 novos neurónios por dia, segundo o trabalho de investigação liderado por Rudolph Tanzi, da Universidade de Harvard.

O número pode parecer pouco expressivo, mas se pensarmos nas novas ligações e conexões que esses novos neurónios vão desencadear, vale a pena não só estimular como também encontrar novas formas de aumentar a sua produção, sustenta o autor do estudo.

O mesmo investigador realça: «sabe-se que o exercício acelera a maturação das células-tronco, ou seja, a sua transformação em células adultas totalmente funcionais e melhora o mecanismo de aprendizagem de longo prazo. Todos esses elementos são fundamentais para melhorar a aprendizagem e a memória».

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Embora muitas das descobertas sobre neurogénese venham de estudos com animais, as pessoas podem obter os mesmos benefícios cerebrais com exercícios aeróbicos.

No entanto, não está claro que tipo de exercício aeróbico funciona melhor, nem por quanto tempo.

Existem dados que sugerem uma recomendação de 120-150 minutos de exercício de intensidade moderada por semana, mas ainda são necessárias mais evidências para confirmar essa conclusão.

Estudos apontam a natação como um dos desportos mais completos. Promove um benefício cognitivo claro (melhorias nos processos de atenção, flexibilidade cognitiva, memória) em jovens e idosos.

«No entanto, vale qualquer exercício físico que aumente a frequência cardíaca, como esteira, bicicleta ou caminhada vigorosa. O cérebro em movimento aprende mais rápido, sublinha Isabel María Martín Monzón é doutora em neuropsicologia e professora da Universidade de Sevilha.