Sociedade

Heliporto da ilha da Culatra foi hoje utilizado para emergência médica

De acordo com a Presidente da Associação de Moradores da Ilha da Culatra, o heliporto da ilha, foi utilizado pela primeira vez esta segunda-feira para socorrer uma vítima de problemas cardíacos.

 
Em declarações à Agência Lusa, a mesma responsável avançou que, o heliporto facilitou o trabalho de um helicóptero de emergência médica para transportar uma mulher com problemas cardíacos.
 
Sílvia Padinha sublinhou que a assistência médica via aérea só foi possível graças à iniciativa da população, que construiu em setembro do ano passado uma placa de betão armado para a aterragem de helicópteros à revelia das autoridades e que foi considerada ilegal pelos ambientalistas.
 
Na ocasião, a Autoridade Marítima levantou um auto contra desconhecidos, mas, até hoje, a população não foi notificada para qualquer outra diligência, adiantou aquela responsável, afirmando que os moradores querem que seja reconhecida a utilidade pública do heliporto.
 
A assistência médica via helicóptero àquela comunidade, com mil habitantes, tem um tempo médio de sete minutos enquanto a assistência por barco ou ambulância pode demorar mais de uma hora, observou, acrescentando que o único barco ambulância que servia a zona está avariado e "há muito tempo" que não é utilizado.
 
Sílvia Padinha frisou que a obra, cujo custo foi repartido pela comunidade e algumas empresas, foi feita numa zona classificada como urbana, respeitando os valores naturais e com as especificações exigidas para os Kamov (helicópteros pesados usados no combate a incêndios e transporte) operarem em segurança.
 
"Estamos todos de parabéns, trata-se de uma obra de utilidade pública, cujo objetivo, salvar vidas, foi cumprido", afirmou, lembrando que no passado já foi necessário recorrer a um helicóptero para um salvamento na ilha, que teve muita dificuldade em levantar voo por causa da areia.
 
O Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro confirmou à Lusa que o pedido de socorro foi registado às 07:00 de hoje e que o helicóptero fez o transporte da doente até ao Hospital de Faro.
 
A construção daquele heliporto foi denunciada pela Liga para a Proteção da Natureza (LPN), que criticou o avanço de uma obra que considerou "ilegal" para a concretização das "vontades da população, com a conivência de um conjunto de entidades oficiais".
 
Sílvia Padinha argumentou, então, que a obra criou condições de segurança para a aterragem de helicópteros Kamov, permitindo maior rapidez na resposta em caso de necessidade de socorro a residentes, mas também a visitantes.