Saúde

Henrique Barros explicou em Loulé, a importância dos Planos Municipais de Saúde

 
 
Os Planos Municipais de Saúde foram a base da conferência apresentada pelo médico Henrique Barros, na passada quinta-feira, em Loulé, inserida no ciclo “Horizontes do Futuro”.

O presidente do Instituto de Saúde Pública do Porto defendeu a existência dos Planos Municipais de Saúde que, em seu entender, “São uma forma de ligar a decisão política, as escolhas que os cidadãos fazem através dos seus eleitos, com as soluções técnicas, a capacidade que os profissionais de saúde têm de ajudar a resolver problemas. Tentam sobretudo fazer uma coisa que tem faltado: integrar as decisões sobre a saúde de cada pessoa numa visão mais geral, mais alargada, que olha para todos os determinantes de saúde”, explicou o conferencista.
 
Com experiência no acompanhamento à elaboração deste tipo de instrumentos, no norte do país, em câmaras como a do Porto ou Valongo, Henrique Barros sublinhou que “o Plano Municipal pretende responder a uma visão para o município que ultrapasse as desigualdades e as iniquidades”.
 
O conferencista frisou a importância em termos da descentralização na área da saúde que estes instrumentos trazem. “Eles vão, por um lado, ajudar a descentralizar as decisões, torná-las mais adaptadas a cada local. Mas naturalmente que vão enfrentar uma dificuldade - e temos que estar preparados para isso -, que é o facto de estar a começar e, como tal, é natural que os primeiros que vão ser feitos tenham coisas mal solucionadas. Mas este é um processo de aprendizagem”, alertou.
 
A partilha de experiência entre os municípios que têm as suas diferenças, os seus próprios problemas, será importante para ultrapassar as dificuldades e corrigir os erros, e para “conseguir que, num futuro próximo, as pessoas sintam a sua saúde mais cuidada”.
 
Segundo Henrique Barros, se a ideia é que o foco esteja na política, não se pretende que os políticos substituam os profissionais de saúde mas antes “colocar nos políticos  a escolha dos grandes objetivos”. “Uma câmara como a de Loulé pode dizer que quer que todas as suas crianças tenham consultas de saúde oral. Então a autarquia vai ajudar a criar as condições, vai investir no sentido de garantir que essa necessidade fique suprida, resume o município em nota de imprensa.
 
Ana Machado, vice-presidente do município, elemento do executivo que tem o pelouro da saúde, falou das várias iniciativas que a autarquia está a realizar e que são contributos para desenhar um Plano Municipal de Saúde, algumas delas enquanto membro da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis.
 
Apesar de considerar esta como uma “tarefa hercúlea”, o primeiro passo está já a acontecer, com a revisão da Carta Social do Município. “Em Loulé, saúde é mesmo uma partilha de afetos!”, concluiu a responsável.