O homem que se barricou esta manhã na CPCJ de Lagos diz que só queria ver os filhos e que só falava com a televisão.
O homem barricou-se nas instalações da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em risco de Lagos às 9h00 desta segunda-feira e fez reféns, por volta das 18 horas, entregou-se às autoridades, pondo termo a um processo longo de conversação.
Um agente da PSP foi ferido sem gravidade esta manhã, pelo que se percebeu que o homem estava armado com uma caçadeira e outras armas.
Segundo o Algarve Primeiro apurou, às 17h30 o homem ainda se encontrava no local vigiado por um perímetro de segurança, com reforço das autoridades policiais e negociadores.
Entretanto, a CMTV conseguiu mesmo falar com o sequestrador, que dá pelo nome de António.
Ao telefone, contou que não vê os filhos [um rapaz e uma rapariga de 14 e 15 anos, respetivamente, segundo diz] há mais de um ano e exige falar com eles, só assim libertará os reféns.
António, segundo adiantou o canal televisivo, terá emigrado para França e, durante o período que esteve ausente de Portugal, a filha adolescente acusou o tio (irmão do barricado) de abusos sexuais.
António regressou a casa para fazer queixa, mas o irmão terá levado os menores juntamente com a mulher. Acredita que estão agora na Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). “Estou à espera há horas que a PSP me ponha em contato com os meus filhos. Dizem que também não sabem onde os miúdos estão. Quando me deixarem falar com os miúdos, toda a gente vai para casa”, garantiu.
Note-se que, quando a polícia se dirigiu ao local logo pela manhã deparou-se com uma reação negativa de António que disparou um tiro de caçadeira atingindo na cabeça um agente de autoridade. Desde então, o homem continua barricado na CPCJ de Lagos insistindo querer ver os filhos.
Neste momento, os filhos de António estão em Lisboa e, segundo o Diário de Notícias, o processo pode estar já com o Tribunal de Família e Menores local.