O Hospital de Faro vai investir cinco milhões de euros em obras de remodelação. Com as melhorias previstas para este ano, aparentemente, fica mais uma vez adiada a construção do novo Hospital Central, que teve já data de inauguração marcada para 2013.
A informação avançada esta manhã pelo jornal "Público", refere que o presidente do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), Pedro Nunes, reconhece que é importante uma unidade de saúde de “natureza central”, mas acha que não há, de momento, condições financeiras para que tal aconteça. O ministro da Saúde, Paulo Macedo, já tinha afirmado, há alguns meses: “Concordo, quando houver dinheiro”.
Ao "Público", o presidente distrital da Ordem dos Médicos, Ulisses Brito, disse que “faz todo o sentido” voltar a colocar este assunto na agenda, numa altura em que se fala no relançamento da economia e no turismo para fazer soltar a mola dos investimentos “Os cinco milhões de euros investidos no Hospital de Faro não resolvem os problemas estruturais, são apenas adaptações,- sem dúvidas importantes, mas não suficientes”.
Embora o número de clinicas e hospitais privados continue a fazer parte do pacote do chamado “turismo de saúde”, a região algarvia continua a registar um dos mais baixos rácios da oferta de médicos por número de habitantes - 20,3 por 10 mil habitantes.
Na cauda da estatística fica o Alentejo com 19,1 (fonte Ministério da Saúde). No que diz respeito às camas para internamento, informa a Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS), o SNS dispõe de uma oferta 1032 camas, enquanto o privado se fica pelas 259. “O privado visa o lucro para os seus accionistas, o SNS tem de tratar todos por igual”, sublinha Pedro Nunes, lembrando que o planeamento não deve ter em consideração apenas os 450 mil residentes habituais, mas contar, também, com a população flutuante que representa quase o dobro.
Em 2008, o antigo primeiro-ministro, José Sócrates, chegou a anunciar concurso para a obra, num âmbito de uma parceria público/privada, com a promessa de que em 2013 o hospital estaria em pleno funcionamento. O novo Hospital Central, orçado em cerca de 300 milhões de euros, teria uma capacidade para 549 camas, com uma componente dedicada ao ensino universitário e investigação, ficando o actual hospital de Faro destinado a acolher uma Unidade de Saúde Familiar, uma Unidade de Cuidados Continuados e uma Residência Assistida para Idosos.