Economia

Hoteleiros algarvios querem construir habitação social para fixar trabalhadores

 
Os hoteleiros algarvios querem construir habitação para fixar trabalhadores e combater a falta de mão-de-obra no setor turístico e pedem ao Governo que disponibilize terrenos a preços acessíveis, disse hoje o presidente da maior associação hoteleira da região.

Em declarações à Lusa, o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Hélder Martins, lamentou que o pedido "feito reiteradamente, desde há pelo menos dois anos, a vários ministros e secretários de Estado, ainda não tenha tido acolhimento".
 
"Temos vindo a pedir que seja criada uma bolsa de terrenos disponibilizados que possam ser disponibilizados a preços aceitáveis, e não de mercado, para construir habitação considerada como social para fixar funcionários da hotelaria", referiu.
 
Segundo Hélder Martins, a inexistência de “habitação condigna e a preços acessíveis, é o primeiro problema para combater a falta de mão-de-obra no turismo e para a fixação de talentos na região", que se debate com a falta de trabalhadores para o setor.
 
“Só nos últimos dois anos, apresentei a proposta a vários ministros e secretários de Estado, mas até à data não obtivemos qualquer resposta, apesar de todos considerarem a proposta muito boa”, realçou o empresário.
 
O dirigente da AHETA considera que “esta é a altura ideal” para ir ao encontro das pretensões dos hoteleiros, dado que decorre a revisão dos planos diretores municipais (PDM), instrumentos de planeamento e ordenamento do território.
 
“Consideramos a altura ideal para introduzir esta pretensão: a criação de uma bolsa de terrenos para que sejam vendidos fora dos preços de mercado e para construção de habitação enquadrada no regime de habitação social”, reforçou.
 
O objetivo “é que se possa construir habitações de várias tipologias, fora de zonas de influência turística, a quatro ou cinco quilómetros de distância da unidade hoteleira, para posteriormente serem disponibilizadas aos funcionários”, precisou.
 
Aquele responsável disse esperar que a proposta, também apresentada aos partidos durante a campanha eleitoral, “possa ter seguimento a breve prazo, já que todos os partidos manifestaram a sua concordância”.
 
A resolução do problema da falta de habitação no Algarve passou a ser uma estratégica prioritária também para os empresários da hotelaria, no recrutamento de mão-de-obra para o setor, problema que se tem vindo a agravar nos últimos anos.
 
Lusa