O dia contemplou durante a manhã o habitual hastear das bandeiras, acompanhado pelos hinos executados pela Banda Filarmónica Lacobrigense 1º de Maio, a tradicional largada de Pombos, na Praça Gil Eanes, as festas religiosas em honra do Santo Padroeiro São Gonçalo, com uma missa campal, seguida de procissão e bênção do mar e das embarcações, pelo Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas.
A sessão solene que marcou o ponto alto das comemorações, teve lugar no Centro Cultural de Lagos, durante a tarde, onde para além das intervenções oficiais e momentos de animação cultural, foram atribuídas sete condecorações municipais (Medalhas de Mérito Municipal grau prata e grau ouro) a individualidades e entidades que se têm destacado na comunidade lacobrigense.
Os homenageados individuais foram Hélio Nunes Xavier, pelos seus trabalhos prestados em prol das artes, em especial na área da pintura e escrita; Luís Manuel Afonso, pelo seu trabalho e dedicação a favor da saúde e bem-estar da comunidade; Jorge Mealha Costa, pelo trabalho a favor das artes, nomeadamente na área da escultura e cerâmica, e José Inácio Seromenho, pelo reconhecimento na área desportiva, nomeadamente na disciplina de Tiro aos Pratos.
Foram igualmente homenageados dois estabelecimentos comerciais da cidade – o Restaurante Reis e a Ourivesaria Coimbra - pelo seu contributo em prol do desenvolvimento da economia local, e também à Congregação do Santíssimo Redentor – Comunidade Redentorista de Lagos, pela dedicação e altruísmo depositados em todo o trabalho desenvolvido a favor da comunidade.
O Algarve Primeiro falou com o Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Hugo Pereira, que inicia um novo ciclo à frente da edilidade, depois da saída da anterior Presidente, Maria Joaquina Matos, eleita deputada pelo PS, à Assembleia da República nas eleições legislativas de 6 de outubro.
Hugo Pereira apontou para a necessidade de um novo hospital público em Lagos e atenção à situação do "Brexit".
O responsável autárquico não tem dúvidas de que, o atual Hospital de Lagos já não tem capacidade de receber qualquer tipo de intervenção, «pois o que já foi feito já deu os seus resultados no seu tempo, agora temos um edifício antigo, localizado no Centro Histórico da cidade e com muitas limitações em termos de mobilidade e com sérias lacunas no que se refere ao seu funcionamento».
Neste sentido, o edil está a sensibilizar a tutela, tendo apresentado como alternativa, a construção de um novo edifício num terreno junto ao atual Centro de Saúde. «Trata-se de um terreno da autarquia e acreditamos que, com o apoio das Terras do Infante, podemos dar esta nova resposta em termos de cuidados de saúde à nossa população e aos muitos que nos visitam». A cedência do terreno e alguma verba que estas três autarquias (Lagos, Vila do Bispo e Aljezur) consigam reunir, pode permitir alavancar o projeto, sustenta o autarca.
Hugo Pereira reforça esta necessidade classificando o Hospital de Lagos como uma unidade de retaguarda que serve toda esta população das Terras do Infante, pelo que «não se trata de colocar o Hospital de Lagos ao nível das necessidades de um Hospital Central do Algarve, mas sim de construir uma unidade de raiz que possa servir a população com a dignidade que merece em termos de cuidados de saúde e uma urgência também à altura dessas necessidades». Pretende-se dar uma boa resposta em termos de internamento, pequena cirurgia, consulta externa e um bom serviço de urgências, reforçou o edil.
Com dois anos no horizonte para cumprir o programa eleitoral escolhido pelos lacobrigenses nas últimas eleições autárquicas, diz estar empenhado para responder ao que já está em curso, propondo dar continuidade ao cumprimento desse programa, mantendo a aposta de criar alternativas ao turismo de sol e praia «para quem vem ao Algarve só quando está de férias, podemos atrair públicos de outros locais e com outra capacidade financeira, que possam inclusive comprar habitação em Lagos e ajudar a dinamizar a economia local».
Para o autarca, «esta é uma estratégia para tentar minimizar o impacto do “Brexit”, já que ninguém neste momento consegue prever qual o real efeito da saída do Reino Unido da União Europeia». Apostar noutros mercados, «como temos feito por exemplo com o Brasil; em que lançámos uma nova semente ao mercado de São Paulo que tem muito dinheiro e que é um mercado forte, a par de outros que estamos a equacionar, e dar continuidade a essa aposta, parece-nos viável num tempo em que já estamos a assistir a um abrandamento no crescimento da Alemanha e da França, procurar outros destinos fora da UE parece-nos uma alternativa para divulgar a nossa oferta para o ano todo e, ao mesmo tempo, impulsionar o mercado imobiliário».
Com espírito de missão e «muita humildade para seguir este cargo com responsabilidade», Hugo Pereira mostra-se confiante no trabalho que está a realizar e, ao fim destes dois anos que terminam o mandato, «o Partido Socialista e o lacobrigenses farão a avaliação do que se fez e do que se possa vir a fazer no futuro», concluiu.