Economia

IAPMEI distinguiu empresas do Concelho de Loulé onde foram revelados alguns números da atividade económica

A cerimónia realizada na passada sexta-feira, distinguiu cerca de 80 empresas do concelho de Loulé com o estatuto PME Líder/ PME Excelência, uma iniciativa lançada pelo IAPMEI em 2008.

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No contexto regional, nota da autarquia louletana revela que as PME Líder do concelho representam 19% na região, enquanto que as PME Excelência correspondem a 22% do total do Algarve. No que diz respeito aos setores, destaque para o comércio (44%) e turismo (36,9%). A grande maioria das empresas distinguidas são pequenas empresas (77%), enquanto que 17% são médias empresas e apenas 6% correspondem a microempresas.
 
Como explicou Carolina Travassos, a atribuição deste estatuto destina-se a empresas que, pelas suas qualidades de desempenho e perfil de risco, se posicionem como motor da economia nacional nos vários sectores de atividade enquadráveis, com Certificação PME válida, prosseguindo estratégias de crescimento e liderança competitiva. Uma maior notoriedade e melhores condições de financiamento sãs as principais vantagens da atribuição deste estatuto às empresas.
 
Segundo dados apresentados por João Rodrigues, outro representante do IAPMEI, numa análise ao tecido empresarial de Loulé, este concelho destaca-se no contexto dos restantes municípios algarvios com o maior número de concentração de empresas. Em 2017, estavam instaladas neste concelho 9139 empresas individuais e 3843 sociedades. No que toca aos setores representados, alojamento, restauração e similares representam 18%, atividades administrativas e dos serviços de apoios 15%, comércio por grosso e a retalho 15%, construção 10%, agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 10% e atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 7%.
 
No que toca ao volume de negócios, e também de acordo com dados de 2017, o tecido empresarial gerou 1.697 milhões de euros correspondentes a 85,9% do valor de negócios total do concelho. Em termos da taxa média de variação anual entre 2010 e 2017, verificou-se um crescimento de 2,5% do volume de negócio das empresas no Algarve, enquanto que em Loulé esse aumento foi mais significativo: 2,7%. Também em relação ao valor acrescentado bruto, a taxa média de variação anual dos últimos do concelho é superior: 3,9% no Algarve e 4,4% em Loulé.
 
A produtividade média do trabalho das empresas do concelho de Loulé (17,611,1€) é superior à média regional (+1,8%), mas corresponde apenas a 74% da média nacional, com exceção das atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas, atividades imobiliárias e atividades captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão de resíduos.
 
Segundo o presidente da Autarquia, “o país está a atravessar um bom momento ao nível da atividade económica e o concelho de Loulé não é exceção a essa boa regra”. No entanto, apesar dessa pujança, Vítor Aleixo acredita existirem dois fatores que constituem “bloqueios” à atividade económica: a escassez de mão-de-obra e a sobrelotação do parque habitacional do concelho. “Ainda que as empresas queiram contratar pessoas, têm o problema de onde alojá-los”, considerou, referindo que, na continuidade da nova geração de políticas para o setor encetadas pelo Governo há cerca de um ano, a Autarquia de Loulé aprovou já a Estratégia Local de Habitação para 2020/30, que passará pela implementação de “projetos concretos para resolver o problema da habitação a cerca de 1400 famílias”. Nesse sentido, numa altura em que já existem lotes infraestruturados para esse efeito, será celebrado um protocolo com o IHRU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana para levar por diante este intento. 
 
O autarca realçou ainda as medidas tomadas pelo executivo ao nível da fiscalidade que tornaram Loulé no concelho com “a menor carga fiscal do país”, e que têm sido determinantes para a atratividade das empresas, nomeadamente a redução do IMI, a não cobrança da derrama ou o facto de o município ter prescindido de uma receita de 5% do valor do IRS cobrado às famílias.
 
Relativamente aos investimentos futuros, seja no setor público ou privado, Vítor Aleixo falou de dois projetos estruturantes que poderão contribuir para acabar com a “monocultura o turismo”. Em primeiro lugar, o ABC – Algarve Biomedical Center, um investimento de 16 milhões de euros em dois edifícios (Loulé e Vilamoura) nas áreas da investigação científica nas biociências complementares à inovação e à investigação no campo da saúde. E em segundo lugar, um investimento privado de um grupo inglês, na área da produção cinematográfica que, segundo o autarca, “está no bom caminho”. “Os investidores já submeteram à Câmara o projeto e o mesmo já foi apresentado na CCDR. Esse grupo quer reabilitar uma infraestrutura existente, degradada, mas que entendeu ter condições ideais, de acesso, de ecossistema empresarial à volta”, disse o edil em primeira mão.
 
Presente na cerimónia, o Secretário de Estado da Economia, João Neves, enalteceu esta distinção do IAPMEI que celebra as boas práticas empresariais. “Gostaríamos que essa capacidade de ter boas práticas empresariais seja o mais disseminada possível. Este prémio é um estímulo para esse caminho, um caminho feito pelas organizações, pelos empresários, pelas pessoas que simbolizam a atividade empresarial, é o caminho que corresponde a necessidade de ter uma economia mais próspera, de sermos concorrenciais com os produtos e serviços”, afirmou este responsável governamental.
 
Refira-se que, durante esta sessão, o vice-presidente da Autarquia de Loulé, Pedro Pimpão, fez uma breve apresentação da Área Empresarial de Loulé, uma das mais significativas e pujantes a sul de Setúbal, enquanto que o presidente da CCDR Algarve, Francisco Serra, abordou os investimentos financeiros estruturais, no âmbito do CRESC Algarve 2020 e perspetivas para 2030.