Assinala-se hoje o Dia Internacional da Mulher e com ele, surge a publicação de um estudo que demonstra a importância da promoção da igualdade de género na criação de emprego e na luta contra a pobreza.
O estudo levado a cabo por um instituto europeu assinala que, um investimento na igualdade de género pode criar até 10,5 milhões de novos empregos e gerar um aumento de quase 10% do PIB por pessoa.
O estudo do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE, na sigla em inglês), mostra os benefícios económicos da igualdade de género na União Europeia, bem como os fortes e positivos impactos no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ao longo do tempo.
Com a promoção da igualdade de género, além de mais emprego, a Europa teria um significativo aumento da produtividade e poderia responder aos desafios do envelhecimento da população.
Diz o mesmo estudo do EIGE, que a taxa de emprego sentiria um salto “substancial” se as mulheres tivessem igualdade de oportunidade nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
O EIGE sublinha que, uma evolução deste nível iria contribuir para aumentar os salários e reduzir o fosso salarial entre homens e mulheres e, dessa forma, captar mais mão-de-obra feminina para o mercado laboral.
O mesmo instituto europeu adianta que, quaisquer medidas de reforço da igualdade de género irão beneficiar tanto as mulheres como os homens, salientando que, apesar de cerca de 70% desses novos empregos serem ocupados por mulheres, as taxas de emprego de homens e mulheres seriam coincidentes a longo prazo, alcançando os 80% em 2050.
“Ter novos empregos ocupados por mulheres é particularmente importante pelo impacto na redução da pobreza, uma das metas prioritárias da estratégia Europa 2020”, acrescenta o mesmo relatório.
O mesmo documento hoje divulgado, dá conta de que, “a aposta na igualdade de género traz também um forte impacto no PIB, que irá crescer e ultrapassar o impacto de outras medidas ao nível do mercado de trabalho ou da educação.”
Reforçando a tese de que a igualdade de oportunidades é a base do crescimento, o mesmo relatório sugere: “Melhorando a igualdade de género, em 2050 haveria um aumento do PIB da União Europeia per capita entre 6,1% e 9,6%, o que representa entre 1,95 triliões de euros e 3,15 triliões de euros”.
O instituto europeu diz mesmo que o impacto das medidas será tanto maior quanto maior for a margem de trabalho, ou seja, nos países onde a igualdade de género não tem sido uma prioridade. Nestes casos, o EIGE calcula que, em média, possa haver um aumento do PIB ‘per capita’ de 12% até 2050.
Neste Dia Internacional da Mulher, nunca é demais recordar que, em 2012 Portugal apresentava um índice de 37,9 contra 52,9 da média europeia, com o pior resultado ao nível da pobreza e o melhor na área da saúde.
O estudo mostra que, com mais equilíbrio na igualdade ao nível da educação e participação no mercado de trabalho, além de uma partilha mais igualitária no que diz respeito ao trabalho não remunerado, as taxas de natalidade aumentariam, o que traria um aumento da população ativa, mas também o seu rejuvenescimento.
No dia em que se assinala essencialmente a luta feminina pela igualdade de oportunidades, vale a pena colocar este estudo sobre a mesa e repensar novas linhas de orientação para um maior equilíbrio.
Algarve Primeiro