Sociedade

Ilha da Culatra: Um «laboratório vivo» para a sustentabilidade

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRA), a Universidade do Algarve (UAlg), a Associação de Moradores da Ilha da Culatra (AMIC) e a Make it Better (miB) realizaram esta manhã no Auditório da Biblioteca Municipal de Faro, uma sessão de apresentação e assinatura oficial do acordo para a constituição do Comité Insular da Ilha da Culatra.

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Estiveram presentes representantes de diversas entidades, com jurisdição e intervenção na ilha, nomeadamente a Agência Portuguesa do Ambiente, ICNF - Parque Natural da Ria Formosa, Câmara Municipal de Faro, União de Freguesias de Faro, Capitania do Porto de Olhão, Docapesca, Águas do Algarve, Algar, Fagar, AREAL, Associação N. Sra. dos Navegantes, Clube União Culatrense, Guerreiro & Guadiana, entre outras.
 
O momento constituiu mais um importante marco rumo à iniciativa Culatra2030, (Comunidade Energética Sustentável), um dos mais representativos projetos de sustentabilidade e de transição energética à escala nacional.
 
O evento que assinalou o início do processo de certificação para a sustentabilidade, a implementar no âmbito da SMILO - Sustainable Islands, valoriza o espaço participativo, acolhendo diferentes visões sobre o território e as comunidades.
 
André Pacheco, representante da Ualg no projeto, explicou que o trabalho começou através do Quadro (QCA) 20/30, com uma agenda para a transição energética na ilha, «a partir daí surgiu o convite para a sua certificação ao nível da sustentabilidade através da ONG internacional SMILO, (apareceu como ONG de proteção costeira da França, apoiada pelo Ministério do Ambiente francês e pela Fundação Alberto do Mónaco), pelo que fomos selecionados conjuntamente com a ilha do Corvo, Açores, para ter apoio técnico dessa ONG, com vista à certificação da sustentabilidade sobre 5 pilares fundamentais: a água e resíduos, energia, património natural, a biodiversidade e a proteção dos ecossistemas». 
 
 
O docente frisou o importante apoio de várias entidades, que deram início ao trabalho, referindo a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), os técnicos da Câmara Municipal de Faro ou a Capitania do Porto de Olhão.
 
A ideia passa por envolver entidades e empresas que têm jurisdição ou operam na Ilha da Culatra, a trabalharem na adaptação de novos instrumentos de sustentabilidade naquele território, para que o plano estratégico, assim concluído, inclua o contributo de todos os parceiros, cabendo à Comissão Insular, ter contacto direto com essas entidades e avaliar a execução das propostas.
 
O documento preserva por um lado a identidade da ilha, as suas tradições e a sua história, e por outro, a modernização de estruturas e sistemas que sejam sustentáveis. 
 
Apesar da Ilha da Culatra ser o «laboratório» deste projeto, André Pacheco disse ao Algarve Primeiro, que o convite para as reuniões tem sido endereçado também às associações dos Hangares e do Farol, «porque a partir do momento em que estamos a falar de um plano estratégico independente, queremos que se isto fizer sentido nos seus contextos, que sigam um processo semelhante ao da Culatra», sublinhou.
 
Professor André Pacheco
 
Para o Presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, a constituição do Comité Insular «leva-nos a compreender de forma mais completa a história das comunidades ilhéus, assente nas suas raízes e segurança nas suas crenças, pelo que estas comunidades procuram agora deixar um sinal de esperança e levar às gerações vindouras um território mais sustentável e ordenado».
 
Sílvia Padinha da Associação de Moradores da Ilha da Culatra, reforçou que o projeto «vem trazer mais um compromisso aos já assumidos no Culatra 20/30». Disse que esse compromisso tem condições para ser replicado a nível nacional e internacional, confessando que a população está empenhada nessa missão. Sublinhou que para além dos direitos já adquiridos, a comunidade da Culatra «sente-se honrada» em fazer parte do projeto.
 
A partir da agora, as entidades partilham em conjunto um objetivo comum, rumo à sustentabilidade. Refira-se que na sessão, esteve presente uma representante da ONG SMILO.