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Impactos do uso indevido da IA

Impactos do uso indevido da IA
Impactos do uso indevido da IA  
Foto Freepik
Os adultos estão cada vez mais preocupados com o uso da inteligência artificial e dos chatbots para resolver trabalhos de casa e exercícios na escola, e como amigos e apoio emocional.

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O consumo de conteúdos online nos últimos anos tem crescido. Com o aumento do número de redes sociais e dos seus utilizadores, a informação começou a ganhar mais destaque nestas plataformas do que nos media ditos tradicionais. O potencial que a inteligência artificial e os chatbots trouxeram para questionar e aceder a informação de todos os níveis tornou esta relação com o digital ainda mais clara, mas trouxe também novos desafios à literacia e ao consumo de informação, diz ao Algarve Primeiro um artigo da SaveFamily.

Atualmente, os mais novos acedem a conteúdos de forma bastante disseminada, recorrendo não apenas às redes sociais, mas começam também a interagir com a inteligência artificial em duas vertentes bastante preocupantes: na resolução dos trabalhos de casa e exercícios escolares, e quase como substitutos das interações sociais.

Um recente estudo realizado pela Common Sense Media nos Estados Unidos da América revelou resultados preocupantes que levaram os investigadores a determinar que as crianças e os jovens até aos 18 anos não deveriam ter qualquer contacto com a IA ou os ChatBots, sobretudo considerando que 72% usa estas ferramentas para interações que deveriam ser com outras crianças.

Como em qualquer relação com a tecnologia, a intervenção dos pais e encarregados de educação, assim como as entidades e instituições de ensino desempenham um papel importantíssimo para a criação de comportamentos adequados. Criar uma literacia digital e de informação é fundamental para que os mais novos cresçam num mundo tecnologicamente conectado, mas também que desenvolvam um comportamento adequado à sua idade e necessidades, compreendendo que a tecnologia os pode ajudar, mas não substituir a sua aquisição de conhecimento, competências ou relações interpessoais, alerta o estudo.

“As nossas crianças já nasceram nesta sociedade conectada. Não podemos fugir disso, mas podemos e devemos desenvolver com eles comportamentos e ferramentas que tenham em conta a sua idade e necessidades.” refere Jorge Álvarez, CEO da SaveFamily.

Se por um lado é importante desde tenra idade que os pequenos saibam os limites de utilização da tecnologia, seja no tempo de ecrãs, seja nos conteúdos consultados, seja na importância que estes não devem substituir o seu tempo de brincadeira com outras crianças ou o tempo em família. Por outro, é importante que à medida que as crianças vão crescendo, entendam que as ferramentas como a inteligência artificial ou os chatbots estão lá para os ajudar a compreender uma ou outra informação, mas que não devem nunca substituir o estudo regular, a resolução de exercícios, ou o contactar um adulto para ter informação mais correta. Ao mesmo tempo, importa refletir em conjunto com eles a sua inteligência e desenvolvimento emocionais e como uma ferramenta tecnológica não pode nem deve substituir a brincadeira com os amigos.

“Enquanto as nossas crianças vão crescendo é importante acompanhá-las nesta relação com a tecnologia. Não é proibir simplesmente o seu uso, é ensiná-las como o devem fazer e limitar alguns comportamentos recorrendo, por exemplo, ao controlo parental ou a modos “aula” que alguns equipamentos trazem de origem e que ajudam nesta dinâmica tecnológica com os mais novos.” afirma o responsável da empresa especializada em relógios inteligentes.

Ouvir os mais novos é também importante nestes casos, respondendo às suas necessidades. Um exemplo disso é a da relação com a inteligência artificial. As crianças são conscientes de que é uma ferramenta que existe, mais do que limitar ou proibir o seu uso é ensiná-las a não partilhar determinadas informações e dados com esta, ou até, compreender que algumas coisas apenas os adultos os podem ajudar a resolver. Assim como, desenvolver inteligência artificial que vá ao encontro das necessidades dos mais novos, mas também que limite alguns dos conteúdos e lhes dê indicações para falar diretamente com um adulto, sugere a publicação.