A Associação In Loco recebeu ontem a distinção “Dryland Champions 2015” (Campeões das Zonas Áridas), pelas mãos da Presidente da Comissão Nacional de Combate à Desertificação, num encontro que decorreu no Concelho de Mértola.
Esta é uma iniciativa das Nações Unidas, através da Convenção de Combate à Desertificação, que distingue anualmente indivíduos, organizações ou empresas que tenham dado contributos práticos e relevantes para a gestão sustentável das terras.
Sob o lema “Eu sou Parte da Solução” a iniciativa foca-se sobretudo nas pessoas, no seu empenho e esforços para promover e melhorar nas zonas áridas os meios de subsistência das populações e as condições dos ecossistemas afetados por desertificação e seca.
Esta distinção foi atribuída pelo trabalho desenvolvido no âmbito do levantamento das variedades de locais de sementes, iniciado pela In Loco em 2011, no interior da região do Algarve, como forma de manutenção da biodiversidade local.
Segunda destaca a IN Loco, “uma intervenção que ganhou relevância por dois fatores, nomeadamente o incêndio de 2012, que afetou os concelhos de São Brás de Alportel e Tavira, devastando parte importante do património existente de sementes deste território e o facto da Comissão Europeia ter avançado com a proposta da polémica “lei das sementes”, que serviria, entre outros objetivos, para ilegalizar as sementes tradicionais, que o Parlamento Europeu teve, entretanto, o bom senso de rejeitar essa proposta da Comissão”.
O Presidente da Associação In Loco, Nelson Dias, considerou no momento da entrega do Galardão, “que este prémio é fruto do reconhecimento nacional e internacional de um trabalho de 27 anos da In Loco no interior do Algarve”.
Salientou ainda que “este reconhecimento não distingue somente a Associação mas as populações serranas, verdadeiros «campeões das zonas áridas», bem como todas as entidades que ao longo destas quase três décadas têm colaborado com o nosso trabalho.”
O programa “Dryland Champions” surgiu após a Conferência Rio +20, realizada em 2012, no Rio de Janeiro, no âmbito da qual as Nações Unidas reconheceram a necessidade de ações tendo em vista parar e reverter a degradação dos solos, enquanto recurso essencial à Vida.