O cenário está mais calmo em Monchique e nos concelhos limítrofes devido à forte ação dos quase 700 operacionais no terreno, apoiados por duas centenas de veículos, 13 máquinas de rasto e nove meios aéreos.
Há populares a regressar às suas casas, acreditando estar fora de perigo, mas o cenário com que se confrontam é desolador. As chamas percorreram 20 kms desde a Fóia até Portimão e, pelo caminho deixaram um rasto desolador.
Neste momento, o fogo apresenta uma frente ativa, sendo que a segunda está praticamente dominada pelos bombeiros. A terceira ignição foi dominada com o forte impulso dos meios aéreos no local.
Com os olhos postos no vento que tem sido o principal obstáculo ao trabalho dos operacionais no terreno e à ação dos meios aéreos, o Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro adiantou que, “todo o cuidado é pouco durante esta tarde, mas estamos no terreno com todos os meios possíveis para dominar esta última frente ativa.”
A noite de ontem e a madrugada de hoje foram momentos muito complicados para os operacionais, uma vez que, segundo o CDOS, “houve quatro alertas de incêndio também em Silves, o que é muito estranho, mas cabe às autoridades competentes investigar”.
Desses quatro alertas, dois eram pontos de ignição em Silves, o que fez desviar a concentração de meios do incêndio que mais preocupava os soldados da paz, empenhados em proteger habitações, pessoas e bens.
A suspeita de mão criminosa ganha força devido à coincidência de ignições ao mesmo tempo e em locais diferentes no período da noite.
As pessoas que não regressaram a casa são idosos que vivem isolados e sozinhos, sublinhou Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal de Portimão.
Rui André, autarca de Monchique também esclareceu que não há casas ardidas no concelho, “pelo menos as de primeira habitação, já que uma casa devoluta acabou por ser consumida pelas chamas”.
O presidente da autarquia de Monchique procedeu ao encaminhamento de idosos para a Santa Casa da Misericórdia, “por se tratarem de pessoas com muitas dificuldades em termos de mobilidade e que residiam em locais isolados e sem qualquer tipo de assistência.”