Sociedade

Incêndios: Francisco Amaral diz que prioridade dos meios de combate tem sido a defesa das povoações

Os meios de combate ao incêndio ativo em Castro Marim estão a priorizar a defesa das povoações e têm a preocupação de evitar que o fogo chegue a uma mata nacional, já em Tavira, disse o presidente da Câmara.

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“Há que defender as populações, isso é que é o mais importante de tudo”, salientou Francisco Amaral, em declarações à Lusa.
 
Segundo Francisco Amaral, já foram retiradas “20 pessoas, umas voluntariamente” e outras em que foi preciso “forçar mais um pouco”.
 
“Estão aqui no Azinhal, mas há prejuízos enormes, estamos a falar de centenas de hectares que arderam, alfarrobeiras, amendoeiras, pinheiros, pessoas que se dedicavam à apicultura, também, e que viram os seus bens desaparecer de um momento para outro”, lamentou.
 
O presidente da Câmara de Castro Marim precisou ainda que os principais afetados pelo fogo, que deflagrou cerca da 01:00 e chegou a ser dado como dominado às 10:20, são famílias ou “casais jovens”, que “investiram as suas poupanças na agricultura e, de há uns anos a esta parte, estavam a criar os seus pomares”.
 
“E, de um momento para o outro, viram o seu investimento reduzido a zero”, acrescentou Francisco Amaral, que falava junto ao posto de comando avançado da Proteção Civil, localizado na aldeia de Azinhal, no concelho de Castro Marim, distrito de Faro.
 
Questionado sobre quais as localidades mais afetadas, Francisco Amaral sinalizou a “Cortelha, onde inclusivamente já ardeu uma oficina e estão em perigo casas, mas também em Marroquil ou Amendoeira”.
 
“O vento está a mudar de direção frequentemente e não se sabe quais são as outras povoações que podem ser atingidas. Há que fazer opções e, neste momento, a preocupação dos bombeiros é exatamente as populações e também isto poder chegar ali à mata de Santa Rita, uma mata nacional, e essa é uma preocupação dos bombeiros”, reconheceu.
 
Por isso, acrescentou, “secundariza-se o incêndio, propriamente dito, e canaliza-se as atenções para a defesa das populações”.
 
“É isso que está a ser feito”, salientou, criticando as políticas de ordenamento do território que “impedem a construção” na serra do nordeste algarvio, uma “das regiões mais deprimidas”. “As terras quando são cultivadas, o incêndio chega ali e para”, considerou.