O país está em alerta laranja até à próxima semana devido às elevadas temperaturas e ao vento que se vai fazer sentir, em especial nas terras altas; locais onde as chamas não estão a dar descanso aos bombeiros e populações.
As autoridades estão preocupadas com o vento que vai aumentar nas próximas horas e com a subida das temperaturas a partir desta quarta-feira.
O comandante operacional nacional da Proteção Civil, José Manuel Moura, alertou para “situações extremamente adversas” para os próximos dias e mostrou-se "seriamente preocupado", em especial com o vento.
"De facto, não há tendência para que o risco seja amenizado. Bem pelo contrário, vamos ter o atravessamento de ventos muito fortes que poderão ir de 50 a 60 km/h durante um tempo significativo, atravessando áreas que estão a ser seriamente afetadas por incêndios florestais que, a não estarem completamente dominados, com estas condições extremamente adversas, estamos seriamente preocupados com este incremento do vento que se vai prolongar até ao final do dia 10 [quarta-feira]"
O vento forte é uma das condicionantes mais temidas porque faz propagar os fogos e a previsão é que o fenómeno ocorra, em especial, nas zonas norte e centro. Haverá ainda nova subida de temperatura, a partir desse dia.
A situação em termos de incêndios assemelha-se a 2003 e 2013, dois dos piores anos neste século, lembrou o mesmo comandante, para quem os últimos três dias foram de “dificuldade extrema”.
O primeiro-ministro também apelou à população para que reúna esforços no sentido de evitar comportamentos de risco em zonas mais vulneráveis como sendo perto de florestas onde os pontos de ignição rapidamente conduzem a incêndios de grandes proporções.
Na sua página da Internet, a Proteção Civil apela a toda a população cuidados redobrados e comportamentos de precaução que evitem os incêndios florestais.
Risco de Incêndio:
Nesta altura do ano, e de acordo com as disposições legais em vigor, não é permitido nos espaços rurais:
Realizar queimadas, fogueiras para recreio ou lazer, ou confecção de alimentos;
Utilizar equipamentos de queima e de combustão destinados à iluminação ou à confecção de alimentos;
Queimar matos cortados e amontoados e qualquer tipo de sobrantes;
Lançar balões com mecha acesa ou qualquer outro tipo de foguetes;
Fumar ou fazer lume nos espaços florestais e vias que os circundem;
A fumigação ou desinfestação em apiários com fumigadores que não estejam equipados com dispositivos de retenção de faúlhas;
Aos moradores próximos de áreas florestais destinam-se os seguintes conselhos:
Limpar o mato à volta da habitação e guardar, em lugar seguro e isolado, a lenha, gasóleo e outros produtos inflamáveis;
Informar as autoridades se presenciar atos negligentes ou comportamentos dolosos;
Acompanhar a previsão de risco de Incêndio na página da internet do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, em www.ipma.pt
Conselhos para lidar com o calor:
Manter-se hidratado (beber água, mesmo se não tiver sede);
Manter a casa arejada
Evitar a exposição ao sol nas horas de maior calor (entre as 11h00 e as 17h00)
Quem viaja de carro, deve escolher as horas de menor calor. Não permitir que pessoas e/ou animais fiquem dentro da viatura ao sol
Recém-nascidos, as crianças, as pessoas idosas e as pessoas doentes, podem não sentir, ou não manifestar sede: é preciso estar atento e oferecer-lhes água
Atenção redobrada aos grupos mais vulneráveis: idosos, crianças, doentes crónicos, sem-abrigo, pessoas que desenvolvem a sua atividade no exterior
Trabalhos agrícolas e florestais:
Manter as máquinas e equipamentos limpos de óleos e poeiras;
Abastecer as máquinas a frio e em local com pouca vegetação;
Cuidado com as faíscas durante o manuseamento: evitar utilização nos períodos de maior calor.