O IV Encontro da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Lagos, que decorreu recentemente sob o tema «Prevenir para Não Ter de Remediar», contou com “casa cheia”.
A iniciativa decorreu no passado dia 27 de novembro, no auditório dos Paços do Concelho Séc. XXI.
A CPCJ de Lagos organizou o IV Encontro com o objetivo de convidar todos a uma reflexão sobre a importância da prevenção ativa, nomeadamente no que respeita a problemáticas cada vez mais atuais, como o mau trato, o abuso sexual, os perigos da internet ou o bullying.
Recorde-se que a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) “é uma instituição oficial não judiciária, com autonomia funcional, que visa promover os direitos da criança e do jovem e prevenir ou pôr termo a situações suscetíveis de afetar a sua segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento integral”.
É exatamente o trabalho que a CPCJ de Lagos tem desenvolvido desde 1998, ano em que esta Comissão começou a funcionar na cidade.
Sílvia Teixeira, Presidente da CPCJ Lagos, mostrou-se “bastante orgulhosa por ter uma plateia cheia neste encontro” o que, segundo a psicóloga, “só vem reforçar o facto de que estes temas são importantes”.
Para a técnica “é necessário, e sempre produtivo, falarmos destes assuntos e partilhar opiniões e experiências, porque é cada vez mais urgente prevenir, para se poder cada vez menos remediar”.
Ana Cristina Madeira, Diretora do Centro de Formação Rui Grácio, o mais recente parceiro da CPCJ Lagos também esteve presente, frisando que foi um “privilégio” poder participar no encontro, mostrando-se “bastante agradada pelo facto do Centro de Formação poder passar agora a ser um parceiro ativo da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Lagos”.
De acordo com a mesma, o Centro vai ministrar formação e realizar seminários exatamente nas áreas que foram debatidas neste encontro e que “são tão atuais, especialmente em contexto escolar, local onde se deve fazer a prevenção primária destes problemas”.
Maria Joaquina Matos, Presidente da Câmara Municipal de Lagos, agradeceu a presença de todos e destacou que o trabalho que várias entidades desenvolvem diariamente nestas áreas “é tão necessário nos países e nas comunidades menos desenvolvidas, como nos países desenvolvidos e do mundo ocidental onde as carências também existem, nem sempre necessariamente numa expressão material, mas sobretudo afetiva, e os riscos assumem outros contornos, regra geral mais difíceis de identificar e diagnosticar”.
Para a autarca, não há dúvidas de que “a realidade é complexa e os problemas de ordem multidimensional, e, por muito que se trabalhe na prevenção, vai sempre continuar a haver necessidade de se intervir em situações concretas para salvaguardar o superior interesse da criança”.
A este propósito, referiu os números facultados pela CPCJ de Lagos em que “os seus 275 processos permitem-nos inferir que o volume processual a nível do país será de grande dimensão”, adiantou. “Prevenir para não ter de remediar é algo que deve estar sempre presente, pois o que não deve acontecer é remediar porque não se preveniu”.
A terminar a Presidente falou, uma vez mais, da mudança de instalações da CPCJ de Lagos, que se prevê que comece a funcionar, durante o mês de dezembro ou no início do próximo ano, no edifício dos Paços do Concelho Séc. XXI.
No final, o evento ainda contou com um momento “surpresa” (uma dança interpretada por utentes da NECI), uma pequena exposição de trabalhos e divulgação de livros nesta área.