Depois do adiamento forçado pela emergência de saúde pública relacionada com a pandemia, o Festival de Cinema e Literatura de Olhão vai realizar-se entre 15 e 21 de julho, mantendo o essencial da programação de filmes e atividades paralelas anunciadas em março e com ajustes de exibição em linha de concordância com as recomendações emitidas pelas entidades competentes, informou a organização.
Em pleno julho, o evento vai tirar partido do tempo de verão, com mais atividades ao ar livre e com lugares marcados e sentados. O pátio da República 14 passará a ser um ponto central das exibições da competição internacional de filmes, a serem exibidos em ambiente aberto.
A selecção deste ano inclui nove obras de produção recente, que exploram diversas formas de relato fílmico, "todas elas vertebradas pela viagem como temática da literatura universal ao longo dos séculos", destaca comunicado do Festival.
Garantida está também a retrospetiva sobre a obra do realizador espanhol Albert Serra, com todas as obras ligadas à literatura, incluindo o mais recente "Libertè", estreado no primeiro trimestre deste ano. O mesmo irá acontecer com o ciclo italiano, que percorre a cinematografia, "que, desde o pós-guerra, leva a narrativa contemporânea ao cinema através de uma proposta visual cinematográfica específica", adianta o mesmo documento.
O ciclo integra grandes clássicos de Rossellini, Visconti, Antonioni e Pasolini, propondo uma lista de filmes que se valem da estrutura narrativa e da temática da viagem para a exploração da identidade, outro dos grandes assuntos da literatura contemporânea.
Adiado ficará o ciclo do Gótico Tropical que pretendia explorar a inquietação e as sombras. De acordo com a direção do festival, “a relação dos géneros com a problematização do passado e presente perturbadores, resulta actual por excesso e, como tal, perde sentido de conveniência e relevância no actual cenário”. Serão também adiadas algumas das atividades paralelas previstas, para não comprometer a segurança dos intervenientes.
Redação