Sociedade

Já pensou que, nem sempre está tudo mal?

 
Existe no ser humano uma tendência para generalizar a vida, as pessoas e as situações, o que nos remete para uma revolta constante ou, por outro lado, para uma fuga da realidade por não se suportar tanta negatividade ao nosso redor.

São muitos os especialistas que reforçam a ideia de que, «temos de aprender a pensar melhor para que possamos viver melhor», o que quer dizer que, devemos identificar aquilo que está menos bem na nossa vida, focarmo-nos nesse ponto e, a partir daí procurar as soluções ou diferentes perspetivas de análise da situação em concreto.
 
Segundo os entendidos na matéria, é muito comum que entremos em generalizações que nos conduzem ao mau-estar e à infelicidade porque «somos levados para a linha dos media», lemos, vemos e ouvimos as notícias como verdadeiros consumidores passivos e, em pouco tempo ficamos a acreditar que está tudo mal em nosso redor e na nossa vida. Na realidade, devemos estar informados e saber minimamente o que se passa, pois vivemos em sociedade e precisamos de nos proteger, mas não podemos cair no erro de consumir informação dessa forma desenfriada, sob pena de criticarmos tudo e todos e, pior ainda, de não sabermos sequer valorizar o que está bem na nossa vida e, esse é que é o perigo.
 
Diariamente temos de ter capacidade para valorizar aquilo que somos e o que temos e, para isso, precisamos de reservar um tempo diário para uma «pausa positiva» que mais não é do que aquele momento para pensar em nós mesmos, naqueles que amamos, nos nossos sucessos e conquistas e também para assumirmos um erro e que algo não correu como pretendíamos. Durante esse tempo connosco próprios, devemos abstrair-nos do mundo em nosso redor, desligar os ecrãs e reservar o momento para apreciar uma paisagem, sentir um aroma, ouvir o canto de um pássaro, estar em contacto com a natureza, fazer uma chamada a alguém porque sentimos saudades, escrever um desabafo ou simplesmente ouvir o nosso “eu interior” em silêncio.
 
É muito importante para a nossa saúde física e mental conseguirmos estar em harmonia connosco próprios e, para isso, temos mesmo de desligar, de parar, de nos ouvirmos e de fazermos algo que nos dê prazer. Com este exercício diário, mais facilmente saberemos estar à altura dos nossos problemas, dos nossos desafios e daquilo que pretendemos. Tomamos mais facilmente consciência de que «a vida não é um mar de rosas», mas que há sempre coisas boas para ambicionar, para recordar, para repetir num qualquer momento. Acredite que precisamos disto para ganharmos força interior e para não cairmos nas tais generalizações que referi acima, pois quando somos capazes de valorizar o belo, o bom que temos e que somos, tudo se torna mais fácil e ganhamos uma “barreira protetora” para as nossas emoções, o que nos vai impedir de cair em pensamentos negativos e pessimistas, que acabam por nos fazer acreditar que está tudo mal na nossa vida.
 
Mude a partir deste momento a sua forma de pensar. Olhe para si, para o que é e para o que tem. Aprecie quem é, o que faz e o que sente. Repita diariamente esse exercício introspetivo e verá que, aos poucos, a vida ganha um novo colorido e que, a felicidade vem de dentro para fora, por isso, a forma como pensamos determina a nossa paz interior, equilíbrio e bem-estar. Se estiver bem consigo mesmo, estará bem com quem ama e com o mundo! Seja regrado na utilização dos ecrãs e decida quando quer saber mais sobre o mundo, pois primeiro é importante saber mais acerca de si mesmo.
 
Fátima Fernandes