Economia

João Fernandes assumiu presidência da Região de Turismo do Algarve

A comissão executiva da Região de Turismo do Algarve (RTA) eleita para o mandato de 2018-2023 tomou posse esta tarde, no auditório da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, em Faro, numa cerimónia em que participaram os secretários de Estado do Turismo, das Florestas e do Desenvolvimento Rural e das Pescas.

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João Fernandes é assim o novo presidente do executivo da entidade regional de turismo nos próximos cinco anos e será acompanhado naquele órgão pela atual presidente do conselho de administração da Infralobo – Empresa de infraestruturas de Vale do Lobo, Fátima Catarina, eleita vice-presidente da RTA, e pelo diretor-geral do hotel Cerro Mar e vice-presidente da Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA), Nuno Monteiro.
 
Na ocasião, Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), assumiu a presidência da mesa da assembleia-geral da RTA e Isolete Correia, diretora-geral da Marina de Vilamoura, foi empossada secretária da mesa.
 
Perante uma sala cheia de convidados, o novo presidente da RTA focou como objetivo, continuar a trabalhar «em equipa, cujo desafio é o Algarve». 
 
João Fernandes, diz que o Algarve não é «uma ilha isolada» pretendendo manter uma linha de «diálogo aberto e franco com o Governo e com a Assembleia da República, tendo sempre presente a defesa intransigente do Algarve, a maior região turística nacional».
 
Os 15 milhões de dormidas registadas de estrangeiros no Algarve em 2017, «orgulha-nos a todos, pois este número corresponde ao somatório dos resultados atingidos pelas regiões Norte, Centro, Madeira e Açores, no seu conjunto».
 
O responsável da RTA, frisou também no seu discurso, que «os mesmos 15 milhões de dormidas de estrangeiros no Algarve, estão também muito distantes dos notáveis 11 milhões conseguidos pela Área Metropolitana de Lisboa».
 
Para João Fernandes o Algarve não concorre com outras regiões nacionais, mas o espaço internacional «mais competitivo do turismo à escala global - o Mediterrâneo».
 
Apesar de algumas contrariedades que afetam o setor, como o "Brexit", a falência de companhias aéreas, e a reemergência da Turquia, Tunísia e do Egito, ou mesmo um ano de atípicas condições climatéricas, configuram uma conjuntura a que importa atender com medidas concretas».
 
O novo presidente do Turismo Algarvio aproveitou para agradecer o esforço de todos os intervenientes do setor, que estão a dar resposta «à altura do momento». 
 
Apesar dos resultados positivos, João Fernandes anunciou que os cenários das Regiões de Turismo apresentam «cada vez mais dificuldades e menos meios para alavancar esta fase positiva», daí ter anunciado que a Vice-Presidente da RTA, tem a missão de estudar novas fontes de financiamento para a RTA, e para as empresas do setor, para além das habitualmente provenientes do Turismo de Portugal ou do Programa Operacional Algarve.
 
 
Entre os casos práticos referidos para a estratégia da RTA, está a concertação com a Associação de Turismo do Algarve, para a definição e comercialização externa, colocar o Aeroporto de Faro como parceiro «fundamental» no sentido de ser estudado o reforço da ligação ao Hub de Lisboa, não só para a ligação à capital, mas sobretudo para o reforço do apoio aos voos de longa distância, a parceria com o IEFP de modo a analisar e preparar propostas para as questões do Mercado de Emprego, com a CCDR a Ualg e as Associações Empresariais para a criação de um Observatório de Turismo Sustentável e a criação progressiva de um destino inteligente, ainda reuniões com a AMAL, Agência Portuguesa do Ambiente, ARS, Autoridade Marítima do Sul e Concessionários, no sentido de criar legislação da época balnear «cuja realidade não se adequa à realidade do Algarve».
 
A descentralização também foi focada por João Fernandes defendendo que em colaboração com a CCDR Algarve, e com os Municípios seja feita uma cooperação consertada nomeadamente no que respeita à mobilidade, à nova regulamentação aplicável ao Alojamento Local ou à definição das já anunciadas Taxas Municipais Turísticas.
 
Matérias como o Cycling e Walking, o Algarve Nature Week, o 365 Algarve ou o Algarve Cooking Vacations «estão a mudar a cara da região e a alterar perfis de consumo», pelo que serão apostas que são para manter, assegurou João Fernandes.
 
A par do sol e mar e os resultados já alcançados no Turismo de Natureza, na Gastronomia e Vinhos ou na Cultura, o presidente da RTA, pretende somar à região o Turismo de Negócios, Turismo Naútico, Turismo Acessível e o Turismo Desportivo.
 
Finalmente foi vincada a necessidade da região ter de «rejuvenescer a sua imagem» aproveitando a maior eficácia dos meios digitais e das redes sociais.
   
Elidérico Viegas presidente da AHETA também discursou, depois de assumir a presidência da mesa da assembleia-geral da RTA, falou de algumas necessidades como afirmar o Algarve como a maior marca a nível nacional, o lançamento da marca Algarve lá fora, defendendo que «a RTA pode e deve ter um papel importante na criação de parcerias mais inovadoras, potenciando o dinamismo do setor privado».
 
O Presidente da mesa da assembleia-geral da RTA, apontou para a aposta nos mercados emissores, a necessidade de reconhecer o contributo do Algarve para a afirmação de Portugal no Mundo, bem como manter a qualidade nos serviços públicos e privados, focando a importância do Hospital Central ou um Centro de Congressos».
 
Elidérico Viegas referiu que é preciso «fazer mais e melhor, e não estarmos dependentes de conjunturas internacionais, com uma RTA mais ousada, técnica e profissionalmente e menos politizada». 
 
Finalmente Ana Mendes Godinho, Secretária de Estado do Turismo, deu os parabéns ao novo Presidente do organismo, agradecendo o trabalho feito por Desidério Silva, nos últimos anos, «sempre disponível às nossas propostas e ideias para o Algarve». 
 
A Governante enfatizou que a palavra de ordem é «compromisso», com o setor privado, para captar novos mercados, novos públicos, apostando na diversificação de produtos, captando outros investidores para outras áreas, num trabalho «em rede com a AMAL, para criarmos um turismo acessível e sustentável». 
 
Ana Mendes Godinho, enalteceu a região como um local que é bom para o turismo, para trabalhar, visitar e também estudar, no entanto, pediu «entusiasmo», para diferenciar o Algarve em relação a outros destinos concorrentes como o Egito,Tunísia ou Turquia, onde a ambição, de acordo com a Secretária de Estado, é colocar a marca Algarve como um dos destinos mais sustentáveis do mundo.