Sociedade

José Amaro não se recandidata a novo mandato, mas promete ficar atento

Fotos - Algarve Primeiro
Fotos - Algarve Primeiro  
A 42ª edição da Concentração Internacional de Motos de Faro, terminou esta manhã com o habitual desfile de despedida. Foram 20 mil os motociclistas que participaram no evento, que este ano ficou marcado pelo trágico acidente que vitimou dois homens e uma mulher, na sequência de uma colisão envolvendo duas motas na estrada de acesso à praia de Faro.

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O Algarve Primeiro entrevistou José Amaro, presidente do Moto Clube de Faro, que falou da notoriedade da concentração, do Moto Clube e do seu futuro.
 
A.P:Que balanço faz desta 42ª edição?
 
José Amaro: Em termos de concentração, decorreu dentro da normalidade. Fora da concentração, temos a lamentar o acidente mortal com três vítimas. Há vários anos que não havia acidentes graves, e este foi um acidente gravíssimo e é de lamentar. Nós motociclistas, sabemos o que é andar de mota, sabemos os riscos que corremos e temos que ter cada vez mais respeito pela mota e pela estrada.
 
Pensaram em mudar o programa na sequência do acidente?
 
Sim, há pessoas que falaram nisso, mas se encerrássemos a concentração por essa razão, aquilo seria um pandemónio, são milhares de pessoas, milhares de motos e não está em causa a parte monetária, mas sim pelo facto de ao regressarem a casa ficariam muito afetadas pelo que aconteceu.
 
O que representa a concentração para Faro?
 
Acho que é um grande evento, que marcou e continua a marcar a cidade, mas também o Algarve, o País e até internacionalmente, vê-se pelas inscrições que existem de praticamente todos os países da Europa e não só.
 
Sobre a sua continuidade à frente do Moto Clube de Faro, confirma se vai recandidatar-se?
 
No mês de novembro há eleições, e esta direção espera que apareçam algumas listas, pessoas credíveis e que respeitem os valores do motociclismo, porque são valores essenciais.
 
Então, não irá concorrer?
 
Não, no entanto, simplesmente estaremos sempre atentos ao que se passa dentro do Moto Clube, e não é em vão que vamos deixar para trás os 42 anos de trabalho. 
 
 
Como foi a 1ª edição da concentração? 
 
Foi em 1982, e tínhamos à volta de 200 inscritos, a grande maioria eram estrangeiros. Uma grande parte da base aérea de Beja dos alemães, e partir daí foi sempre crescendo. A primeiro edição foi boa, a segunda demos uma grande "barraca", porque vieram pessoas a mais e não havia capacidade de resposta como há hoje. Mas depois, a partir da 3ª edição pela atitude das pessoas, pelo convívio e amizade que se criou por toda a Europa, fez o que o Moto Clube de Faro é hoje, e há que preservá-lo. 
 
Defende que o terreno do Vale das Almas seja preservado para manter a concentração. No entanto, essa questão tem sido um problema pela indefinição que o processo acarreta.
 
Sobre esse assunto, penso que o terreno é essencial não só para a concentração como também para a cidade de Faro, isto é, a Câmara Municipal e as entidades, têm de preservar aquele local, até para outros eventos e entidades, como um grande parque de merendas. O concelho de Faro é pequeno e não tem arvoredo como naquela zona do Vale das Almas.