Economia

José Apolinário defende que Algarve tem todas as condições para uma agricultura «competitiva e sustentável»

Foto|D.R
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A Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, promoveu no último sábado, uma sessão de auscultação e partilha de contributos do Plano Estratégico da PAC 2023-2027 (PEPAC), no Auditório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) da Região do Algarve, em Faro.

A proposta de Regulamento do PEPAC 2023-2027 estabelece que cada Estado-Membro apresente um plano estratégico único incluindo as medidas de apoio para se alcançarem os objetivos específicos da UE para a futura Política Agrícola Comum (PAC) em que a Comissão Europeia verifica esses planos e procede à sua aprovação.
 
Na intervenção de boas-vindas, o Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região do Algarve (CCDR), referiu que a agricultura e o desenvolvimento rural, a fileira da agroindústria e da transformação, «é a chave para o atenuar da nossa especialização económica predominante no turismo e um setor incontornável para a sempre almejada diversificação da base económica», cuja estratégia 2030 para a região determina justamente esse objetivo.
 
 
José Apolinário assinalou que o Algarve tem todas as condições para uma agricultura competitiva e sustentável, «consolidando e aprofundando uma oferta de produtos de alta qualidade», com destaque nos frutos e vegetais frescos, no vinho, nas plantas e flores, na alfarroba e nos frutos de casca rija, na amêndoa, afirmando a importância da Dieta Mediterrânica «para uma vida saudável e para a qualidade de vida».
 
Falou do «enormíssimo desafio» da gestão da água, decorrente das Alterações Climáticas, onde se tem registado uma diminuição da captação de água para a agricultura desde a década de 1990. No Algarve, o responsável falou de uma redução na captação de água para a agricultura na ordem dos 50 por cento, ao longo dos últimos 20 anos.
 
Para ultrapassar o problema, além do incentivo à utilização sustentável da água, na política agrícola, o Presidente da CCDR, estima que através das empresas e da universidade, seja elaborada «uma proposta de uma agenda mobilizadora para a água, que esperamos possa merecer, da parte do painel de avaliação, a ponderação e importância que todos damos ao tema do uso sustentável da água», defendendo que a digitalização e o conhecimento são chaves para a sustentabilidade da agricultura.
 
No âmbito do Programa Operacional Regional - 2021-2027, em articulação com as autarquias e comunidades locais, destacou que os fundos europeus geridos na região, contemplam «pequenos investimentos de reforço da biodiversidade no Barrocal e Serra do Algarve», bem como «a requalificação de pequenas charcas e linhas de água, de interesse comunitário».
 
Em suma, fez uma chamada de atenção para os efeitos da pegada ecológica. «A grande distribuição, a designada distribuição moderna e o turismo podem e devem comprar mais produtos na região, ajudando a agricultura e valorizando os produtos endógenos, contribuindo para a diversificação da base económica regional, como para a descarbonização» sublinhou.