Economia

José Apolinário diz que pandemia alertou para a «premência» de diversificar a base económica da região

José Apolinário não tem dúvidas de que a pandemia, além de ter afetado o turismo, considerado o principal motor económico do Algarve, alertou para a «premência» de diversificar a base económica da região. «Continuaremos a ser a principal e primeira região de turismo do País, mas temos de conseguir diversificar a atividade económica», referiu na abertura da 6º Mostra Silves Capital da Laranja.

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Quanto às receitas do turismo, o Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Regional do Algarve - CCDR, estima que apenas em 2023, ou mesmo no ano de 2024 - se deverá atingir os proveitos registados em 2019. Não esquecendo o forte contributo, «dos residentes, dos turistas nacionais, nestes difíceis anos de pandemia, bem como todo o apoio público dirigido às empresas visando assegurar a sua continuidade e sobrevivência no pós pandemia», defendeu que «é imperativo» voltar a colocar o foco nos residentes e nos turistas nacionais. A título de exemplo, destacou que, em 2021, o Município de Albufeira teve 3,8 milhões de dormidas (10,1 %) do total nacional, com uma muito significativa presença de residentes nacionais.
 
Falou também da agricultura como outro setor importante na região para a diversificação da base económica, cujo grande desígnio é a água: «o uso inteligente e sustentável da água é um enorme desafio para a região». O Plano específico de Eficiência Hídrica, no quadro do Plano de Recuperação e Resiliência incorporou medidas de gestão sustentável da água na agricultura de 17 milhões de euros. A prioridade é a execução das verbas aprovadas no PRR. «Temos de monitorizar e mobilizar todos os decisores e responsáveis políticos e da administração pública para ter os projetos de execução elaborados ainda no corrente ano de 2022, bem como promover a abertura do aviso dirigido aos
projetos de agricultores».
 
Por outro lado, a competitividade das empresas e da região necessita, de acordo com o responsável, de um substancial incremento no investimento em investigação e ciência. Em 2020 o investimento em I&D no Algarve representou 0,49 por cento do Produto Interno Bruto gerado na região, tendo sido a despesa total em I&D mais elevada da década, «mas temos, necessitamos, de aumentar muito mais o investimento em investigação e ciência para aumentar a competitividade da região, das suas empresas e também na atividade agrícola», preconizou.