O Bloco de Esquerda de Lagoa vê com profunda preocupação o destino traçado para mais uma área natural na cintura envolvente da área da cidade de Lagoa, “que está a ser aterrada para futuro alojamento de mais uma grande superfície retalhista.”
Segundo o Bloco, “o terreno nas imediações do parque de exposições da FATACIL, tem-se revelado uma importante zona húmida de invernia para algumas espécies raras de aves, nomeadamente o íbis-preto, conforme atesta a organização ambientalista algarvia Almargem.”
A zona poderá ser ainda um vestígio das antigas lagoas que deram origem ao nome da localidade, alagando-se parcialmente durante o período de chuvas do inverno.
A Câmara defende a legalidade da situação, de acordo com alterações efetuadas em 2008, em sede Plano de Urbanização de Lagoa (PU3). Contudo, “o enquadramento legal não justifica o atentado ambiental efetuado, porque estão em causa valores superiores como a conservação de espécies raras no nosso país.”
No mesmo comunicado, o Bloco reforça que, “a construção de mais um hipermercado, a acrescentar aos outros cinco que existem dentro e nas imediações da cidade não trarão mais valias económicas nem os empregos anunciados, porque o excesso de oferta esmagará ainda mais o pequeno comércio urbano, bem como levará ao colapso das superfícies maiores.”
No próximo dia 12 de fevereiro, domingo, o BE assinala presença junto do local, pelas 10h00, como forma de protesto, de sensibilização da autarquia para a preservação dos valores ambientais e de reunir assinaturas para uma petição, “a fim de impedir a destruição e construção num habitat tão sensível.”
Para o BE, “trata-se de uma forma de demonstrar que crescimento não é sinónimo de desenvolvimento e que é possível planear a cidade de outra forma.”
Algarve Primeiro