A autarquia de Lagos promoveu, na passada sexta-feira, uma sessão de apresentação do Gabinete de Apoio à Vítima (GAVA), momento que marcou o arranque oficial do funcionamento desta nova resposta social de apoio às vítimas de violência contra as mulheres e violência doméstica, até agora inexistente no concelho.
Conforme salienta nota do Município, a sua implementação resulta do Protocolo para a Territorialização da Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica que foi assinado no passado mês de abril, em Faro, com a presença da Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva.
Destinada aos serviços da autarquia, a sessão foi dinamizada pela TAIPA – Organização Cooperativa para o Desenvolvimento Integrado, entidade sedeada em Odemira que criou primeiramente esta resposta naquele concelho, alargou a experiência em 2016 ao concelho de Aljezur e, agora, por via deste Protocolo, estende a sua área de influência aos territórios dos municípios de Lagos, Vila do Bispo e Monchique.
Sara Horta, coordenadora do projeto, lembrou que o GAVA nasce de um conjunto de vontades individuais de diversas entidades - no caso são 34 - que se juntam para formar uma vontade coletiva e dar corpo à sua missão para com as vítimas de violência doméstica.
Tendo um âmbito geográfico supramunicipal e assentando numa lógica de ação em rede, a nova estrutura de atendimento irá funcionar de modo descentralizado, estando previstos 3 dias por semana em Lagos, em local que está a ser preparado pelo Município. Para além desse atendimento especializado, a TAIPA, enquanto entidade coordenadora, terá de promover, em articulação com as forças de segurança e os demais outorgantes do protocolo, uma resposta territorial de emergência disponível 7 dias por semana e 24 h por dia.
Fazem ainda parte dos objetivos do GAVA a intervenção (de emergência, de crise e sistemática) e a prestação de serviços como o apoio psicológico, o apoio jurídico e encaminhamento para apoio social e clínico.
A equipa técnica é composta por três psicólogas e uma jurista, todas com especialização em apoio à vítima, e estará equipada com uma viatura que lhe permite fazer atendimento descentralizado para as pessoas que tenham dificuldades em deslocar-se até ao espaço de funcionamento do gabinete. Nestas situações será necessária a colaboração de outras entidades (ex. Juntas de Freguesia; Escolas; IPSS) que possam disponibilizar locais seguros para receber esse atendimento de proximidade.