Sociedade

Lagos reviveu a chegada do comboio 100 anos depois

 
Exposição
Exposição "Lagos, a última paragem" fica patente no centro cultural até ao final do ano  
Lançamento de medalha e selo comemorativo
Lançamento de medalha e selo comemorativo  
Assinatura do protocolo para a criação do núcleo museológico
Assinatura do protocolo para a criação do núcleo museológico  
Foi a 30 de julho de 1922, que o comboio chegou a Lagos. O município assinalou os 100 anos da efeméride, com a inauguração de uma peça de arte pública na rotunda localizada entre a antiga e a nova Estação Ferroviária de Lagos, representando, também, a formalização do primeiro passo para a requalificação e abertura ao público do Núcleo Museológico de Lagos do Museu Nacional Ferroviário.

Neste âmbito, está patente a exposição “Lagos, a última paragem” que ficará exposta no Centro Cultural de Lagos, até ao final do ano e, ainda, as várias peças comemorativas e documentos informativos produzidos a este pretexto.
 
O município, com o apoio da Infraestruturas de Portugal e da CP, promoveu no sábado, 30 de julho, uma viagem simbólica e evocativa da chegada do comboio a Lagos, recriando o momento vivido, pela primeira vez, há cem anos atrás. A contou com a participação do Rancho Folclórico e Etnográfico de Odiáxere e da Sociedade Filarmónica Lacobrigense 1.º de Maio, que animaram a viagem e a chegada à estação.
 
No mesmo dia, foi inaugurada a peça de arte pública comemorativa, da autoria de João Duarte, instalada na rotunda viária a meio caminho entre a antiga e a nova Estação Ferroviária de Lagos, uma localização que, segundo o autor, inspirou o próprio processo criativo desta obra.
 
Outro dos momentos altos das comemorações consistiu na assinatura do protocolo de gestão partilhada do Núcleo Museológico de Lagos do Museu Nacional Ferroviário. Manuel Cabral, presidente da Fundação, contextualizou a iniciativa no pacote de investimentos de cerca de 5 milhões de euros que irá ser feito nos vários núcleos do Museu Nacional Ferroviário, os quais terão um discurso conjunto, coerente e deverão funcionar em articulação, com o devido enquadramento sociológico local, mas sem perder o discurso ferroviário.
 
Manifestando satisfação com o passo dado, Hugo Pereira reiterou o interesse e compromisso do município em aceitar a transferência da gestão do Núcleo Museológico de Lagos, que se encontra integrado no Domínio Público Ferroviário, sob administração da Fundação, assim como a responsabilidade de proceder à requalificação da antiga cocheira e do espaço envolvente, zelar pela manutenção do edificado, dotar o equipamento de recursos humanos para o funcionamento do Núcleo e proceder à respetiva abertura ao público. O ensaio desta parceria aconteceu no âmbito das comemorações, em que as partes se juntaram para idealizar e produzir a exposição “Lagos, a última paragem”, inaugurada na mesma data e que ficará patente ao público até 30 de dezembro. A exposição da autoria da Fundação, que também cedeu os bens patrimoniais integrados na mostra, teve a produção da Câmara Municipal de Lagos.
 
No mesmo local, realizou-se a apresentação da medalha comemorativa, da autoria de João Duarte, que, defendendo a medalhística como uma arte nobre da escultura, revelou, em primeira mão, ter sido esta peça a escolhida para representar Portugal no XXXVII da FIDEM, a realizar em 2023 em Florença (Itália). João Duarte evidenciou, ainda, o lugar de destaque que os portugueses ocupam no setor da criação de medalhas e moedas, cujo palmarés conta já com a conquista de dois prémios internacionais, considerados os prémios Nobel da medalhística, um deles atribuído a trabalho da sua autoria.
 
Isabel Fonseca, que participou na cerimónia em representação do departamento de Filatelia dos CTT, deu a conhecer as edições comemorativas (de selo e Inteiro Postal) alusivas ao Centenário da Chegada do Comboio a Lagos, tendo presenteado o público com um breve historial sobre o surgimento e a evolução do selo, salientando, igualmente, os prémios conquistados pelos CTT, assim como o facto do artista do selo mais premiado internacionalmente ser um português. 
 
Nesta ocasião foi ainda publicada, pelo município, uma revista comemorativa alusiva à efeméride que estará, em breve, disponível nos principais balcões de atendimento ao público dos serviços e dos equipamentos culturais municipais.
 
A exposição "Lagos, a última paragem" fica patente no Centro Cultural até ao final do ano, o mesmo acontecendo com a exposição de arte urbana/fotografia intitulada "Trechos – 100 anos sobre a chegada do comboio a Lagos", produzida pela Questão Repetida – Associação Cultural, a qual poderá ser apreciada no Parque do Anel Verde e nos edifícios de apoio da Docapesca.
 
Refira-se que as celebrações surgiram da iniciativa da Comissão Municipal para as Comemorações doCentenário da Chegada do Comboio a Lagos que integrou a assembleia, a câmara municipal de Lagos e as juntas de freguesia do concelho.
 
Peça de arte pública: