A Câmara Municipal de Faro promoveu, esta segunda-feira, no Teatro das Figuras, a sessão oficial de assinatura dos acordos de colaboração locais e regionais no âmbito da Candidatura de Faro a Capital Europeia da Cultura 2027.
O objetivo passa por apresentar Faro e o Algarve enquanto candidato ao título de Capital Europeia da Cultura 2027, em que a Universidade do Algarve, a Região de Turismo do Algarve e a Comunidade Intermunicipal do Algarve, se juntam ao Município, na respetiva candidatura.
Na sessão foram assinadas cartas de colaboração com a Direção Regional do Algarve do IPDJ, Direção Regional de Cultura do Algarve e CCDR, entidades que estão igualmente empenhadas na colaboração deste processo.
Uma cerimónia que contou com muitos convidados e dois momentos musicais protagonizados pelo barítono Rui Baeta e o acordeonista Nelson Conceição.
Todos os representantes das entidades que assinaram as cartas de colaboração para a candidatura de Faro a Capital Europeia da Cultura 2027, foram unânimes em vincar a união que este processo representa - sem olhar a cores políticas - num objetivo global em torno de uma ambição, que se espera difícil, mas que ao mesmo tempo ficou demonstrada a disponibilidade para trabalhar de forma a privilegiar neste contexto, o nome de Faro e do Algarve.
Bruno Inácio - Coordenador de Equipa do Projeto da Candidatura de Faro a Capital Europeia da Cultura 2027 anotou ao Algarve Primeiro que, «a base para que consigamos acreditar que é possível concretizar este projeto passa pelo amor que as pessoas têm ao seu território». Para este responsável, «é preciso também ter em conta que, mais do que nos focarmos neste objetivo de alcançar o produto final que pretendemos, o importante é fazer com que este caminho conte e, para isso, é preciso uma grande dose de humildade, e que nós, enquanto equipa, saibamos criar as condições para que todos possam participar».
Bruno Inácio evidenciou a capacidade transformadora deste projeto, «estamos a falar de uma candidatura que tem uma enorme capacidade mobilizadora, que representa uma grande capacidade de congregação, como assistimos aqui hoje e, acima de tudo, tem uma real capacidade de poder transformar o território e a cidade e isso, é algo que acontece poucas vezes».
Este projeto não engloba necessariamente a construção de novos equipamentos culturais para a sua realização, mas essencialmente «ideias», o que para o mesmo coordenador representa «uma oportunidade para as cidades olharem para os seus problemas, para os seus espaços culturais e que equacionem situações em que as pessoas possam beneficiar desses recursos». Atualmente o intuito deste tipo de iniciativa é «mudar e resolver os problemas que existem nas cidades, não propriamente criar novas infraestruturas».
Bruno Inácio registou que, «existirá sempre um plano de investimento, mas não estamos a falar em construir mais teatros, ou mais espaços culturais. Isso terá sempre de acontecer, em parte, mas não com essa dimensão de construir obras importantes para concretizar este projeto. O que se tem de construir é a forma de poder juntar as pessoas e com elas, criar novas dinâmicas».
Para o Presidente da Câmara Municipal de Faro, «é importante sublinhar que hoje foi lançada esta ‘semente’, mas a mesma já tem um ano de trabalho. Tem sido realizado um vasto trabalho neste sentido que passou pela visita a algumas cidades europeias que já foram Capital Europeia da Cultura, a equipa já visitou cidades que ainda não conseguiram concretizar esse desejo, pelo que temos estado de alguma forma, a aprender como é que tudo isto se processa». É nesse sentido que, Rogério Bacalhau fala de «um trabalho exaustivo, em que se tem de perceber também quais os seus reais objetivos e o que a União Europeia espera de nós». A iniciativa realizada no Teatro das Figuras é «uma materialização» daquilo que tem vindo a acontecer e uma forma de «pensar acerca do que já se fez, do que se está a fazer e do que se terá de fazer».
O autarca de Faro considerou ao nosso jornal ser «muito importante» a ocasião que juntou «nesta sala o Algarve todo, pois é com esta união que nos permitirá ter hipóteses de ganhar».
Segundo o edil, «se nos resumirmos à cidade de Faro, ao nosso concelho, a nossa dimensão é muito pequena», pelo que, «fico muito satisfeito com esta mobilização, com esta capacidade de colocar de lado as nossas divergências político-partidárias e que nos unamos em torno de uma causa que é muito importante para a nossa região».
Rogério Bacalhau reforçou que, «o amor que temos pelas nossas gentes e pela nossa região está acima dessas divergências, o que é muito positivo». Ao mesmo tempo, registou que, «as nossas diferenças até são um ponto fulcral para discutirmos aspetos importantes e colocarmos mais questões sobre a mesa na altura em que se dá o nosso melhor em torno desta candidatura».
O mesmo responsável assume que «estamos a trabalhar o mais possível para que sejamos ganhadores, mas aceitamos que tal pode não acontecer, o importante é percorrer este caminho, e garantir que, certamente em 2027, a visão que teremos do Algarve e das nossas populações será diferente. O que nós queremos é que as pessoas tenham mais conforto e sejam mais felizes».
