Sociedade

“A Voz Humana” estreia em Loulé com uma atriz, uma guitarra elétrica e um tripé

David Pereira Bastos e Patrícia Andrade
David Pereira Bastos e Patrícia Andrade  
O Teatro do Eléctrico estreia esta sexta-feira, dia 21, a peça “A Voz Humana”, numa co-produção com o Cine-Teatro Louletano.

Trata-se de um espetáculo de teatro como um concerto de rock, baseado num texto emblemático de Jean Cocteau. 
 
Criada e interpretada por Patrícia Andrade e pelo encenador David Pereira Bastos, a peça assenta num monólogo. Uma mulher está ao telefone com o amante, que se vai casar com outra no dia seguinte. A chamada cai algumas vezes e a conversa é interrompida nos momentos de maior vertigem, em que a atriz está sozinha em palco com um microfone, um tripé e uma guitarra elétrica.
 
“A Voz Humana” com 50 minutos de duração e para maiores de 16 anos, estará em cena na Sede do Rancho Folclórico Infantil e Juvenil de Loulé, na Rua de Nossa Senhora de Fátima, 201, (próximo do Palácio Gama Lobo), esta sexta, sábado e domingo a partir das 19h00, tendo na agenda espetáculos no Funchal em julho e em Sines em setembro. 
 
O Algarve Primeiro esteve presente numa sessão especial para a comunicação social, e falou com os criadores da peça.
 
 
Patrícia Andrade disse que este foi o momento certo para esta experiência em palco, «eu venho da música, fiz parte da banda rock, "Sinistro" e sempre estive ligada à música desde os meus vinte anos, então questionei-me como seria fazer um texto de teatro mais formal conjugando as duas dimensões, porque dada a minha experiência teatral como musical, sinto-me muito mais livre na música do que no teatro».
 
A atriz confessou que quando saiu da banda, decidiu fazer a "A Voz Humana", e misturar os dois mundos «que são tão especiais» tendo feito a proposta, com o objetivo de ter um ambiente de rock no teatro.
 
David Pereira considera que a peça é um espetáculo para todas as gerações, porque fala de uma questão que é transversal a todas as idades, «a partir da adolescência, creio que qualquer pessoa pode identificar-se de certa forma com esta noção do abandono amoroso e do final de uma relação e a maneira como as pessoas lidam, e sobretudo, quando se está na posição da pessoa que é abandonada, que é precisamente disso que fala o texto do Cocteau». 
 
Sobre o facto de a peça apresentar-se na Sede do Rancho Folclórico Infantil e Juvenil de Loulé e não no Cine-Teatro Louletano, Patrícia Andrade disse que ficou decidido que seria apresentada em espaços não convencionais: «uma das propostas era em clubes de rock, por exemplo, ou em qualquer espaço, então o desafio é esse, estarmos tal como numa banda, tanto se toca num auditório gigante para 3 mil pessoas como se está a tocar para 20 ou 50 pessoas», explicou.