Cultura

Lídia Jorge e Vhils inauguraram mural que assinala 20 anos da biblioteca municipal de Albufeira

Fotos - Algarve Primeiro
Fotos - Algarve Primeiro  
A Câmara Municipal de Albufeira deu hoje início, ao programa de comemorações do 20º aniversário da Biblioteca Municipal Lídia Jorge, que assinala duas décadas de existência no próximo mês de dezembro.

 
 
O programa começou com a inauguração do mural da autoria do artista Alexandre Farto, mais conhecido por Vhils, que pode ser apreciado na fachada do edifício. Na cerimónia esteve presente o artista e a escritora algarvia Lídia Jorge, patrona da biblioteca.
 
Vhils assumiu que foi "uma grande honra" ter sido convidado para celebrar os 20 anos da biblioteca, tendo explicado que o seu trabalho, "é uma representação visual e poética da jornada rumo à iluminação e ao conhecimento adquirido ao longo da vida, é também um tributo aos inúmeros livros e autores que encontram aqui o seu refúgio. Através do uso criativo da luz e da sombra, a obra presente, tende criar uma experiência imersiva transportando os espetadores para um espaço de reflexão sobre a efemeridade da vida e das experiências que moldam a nossa existência".
 
 
O artista acentuou que o projeto é sobretudo, a celebração da cultura, do conhecimento e da arte e de como estes elementos "podem enriquecer as nossas vidas, fortalecer as nossas comunidades e mitigar as nossas desigualdades". Explicou que o trabalho é um convite aos visitantes para que "reflitam a beleza e a complexidade da vida, explorando as palavras de Lídia Jorge, e as imagens que tive o privilégio de criar", argumentou. 
 
Lídia Jorge que é patrona da Biblioteca Municipal de Albufeira desde 2009, a convite do então presidente da autarquia, Desidério Silva, disse que foi com "emoção" que participou na homenagem à "leitura e cultura", agradecendo, o "prémio" que a cidade lhe dá. A escritora lembrou que a rede de bibliotecas municipais foi criada em 1988, por iniciativa da secretária de Estado da Cultura, Teresa Patrício Gouveia, (PSD) "numa altura em que toda a Europa começou a ser coberta por este tipo de redes, que foi seguida pelo ministro da Cultura, (PS) Manuel Maria Carrilho, e a partir daí, todos os partidos e municípios, acabaram por prosseguir o trabalho ininterrupto das bibliotecas em Portugal. É talvez o único projeto de nível cultural que prosseguiu desta forma tão intensa e continuada", realçou. 
 
 
Para a escritora, as bibliotecas existentes no País, "são uma espécie de farol, do ponto de vista da cultura". Sobre o trabalho de Vhils, Lídia Jorge comentou que o artista "consegue um pouco por toda a parte, esta marca profunda daquilo que é, a sua proposta de humanização dos espaços. Então podem imaginar qual é a minha alegria por saber que o Vhils fez este trabalho de investigação sobre as minhas coisas", enfatizou. 
 
Já o presidente da autarquia, assumiu que o trabalho de Vhils está cada vez mais ligado ao concelho, em alusão a outro projeto que representa a primeira exposição subaquática da costa portuguesa, ao largo de Albufeira, que reuniu o artista e a EDP, inaugurado em setembro de 2023. 
 
 
José Carlos Rolo felicitou a nova "obra de arte" que pode ser apreciada por todos, e que "permite motivar as pessoas a frequentar mais o espaço". O edil pegou numa frase de Vhils, quando disse que a biblioteca "é o refúgio onde está tanta obra escrita", considerando tratar-se de uma definição "extraordinária para um equipamento desta natureza". O autarca considerou que o trabalho de Vhils "vai correr o mundo, porque se por um lado a redes sociais transmitem aquilo que é menos positivo, também deve haver a preocupação e a dedicação à cidade de transmitir o que está aqui a todo o mundo, porque vale a pena mostrar aquilo que temos de bom", concluiu.