O país está a braços com os incêndios e pode dizer-se que algo falhou, pois a lei é clara e obriga a que os proprietários se responsabilizem pela limpeza dos seus terrenos.
De acordo com os entendidos, os fogos em Portugal só perdem expressão quando a limpeza dos terrenos for eficiente em toda a extensão do território.
Os dados mais recentes sabem que a maior parte dos incêndios que consomem o país são de origem criminosa, pelo que só com um trabalho consertado de prevenção se pode dar resposta a esta trágica realidade.
Apostar mais na limpeza é a palavra de ordem que se segue à penalização dos “mal feitores” que se aproveitam da vulnerabilidade dos locais mais isolados e densamente concentrados de mato, para atear fogo e colocar pessoas e bens em perigo.
Desde maio de 2014, altura em que a GNR assumiu o controlo das coimas relacionadas com a falta de limpeza de terrenos, foram levantados cerca de 5500 autos de contraordenação, que originaram multas na ordem dos 622 mil euros.
Deste valor, 373 mil euros (60%) foram diretamente canalizados para as Finanças e perto de 250 mil (40%) ficaram para a própria GNR. Este ano, e de acordo com as estatísticas da Guarda, já foram levantados 388 autos em todo o país - sendo que 236 ainda estão em fase de instrução.
Para que o país mude de atitude, a GNR intervém, sendo também fundamental que toda a população se mobilize, não só para limpar as áreas que lhe pertencem, com para alertar as autoridades para o laxismo de quem não tem os terrenos nas melhores condições.
Mais de meio milhão de euros em dois anos e terá de continuar esta aposta forte na penalização, sublinham os responsáveis.
