Economia

Loulé aprova 2,2 milhões para apoiar famílias carenciadas

O município de Loulé inscreveu no orçamento do próximo ano uma verba de 2,2 milhões de euros para apoiar as famílias carenciadas do concelho.

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Esta medida, justificou o presidente da câmara, Vítor Aleixo (PS), destina-se a pessoas que “vivem com muitas dificuldades, algumas vivendo abaixo da dignidade humana”. A situação, disse, deve-se à crise que se “abateu sobre o concelho”, especialmente tendo em conta o declínio das actividades ligadas ao sector turístico e imobiliário. “Há famílias inteiras, pais e filhos no desemprego” , lamentou.
 
Segundo avança hoje o "Público" a Câmara de Loulé, figurava,  até há meia dúzia de anos, no ranking dos dez municípios mais ricos do país. No ano passado foi uma das autarquias que recorreram ao resgate financeiro, pedindo um  empréstimo de 15 milhões de euros, ao abrigo do Programa de Apoio  à Economia Local (PAEL), a pagar num prazo de cinco anos. O orçamento municipal a ser votado em reunião esta quarta-feira pelo executivo ultrapassa os 101 milhões de euros, menos 34 milhões do que o do ano anterior.
 
Nas últimas autárquicas, o PS pôs termo a 12 anos de poder local liderado pelo PSD. Nesta terça-feira, num encontro com os jornalistas, Vítor Aleixo garantiu que iria dar continuidade às obras em curso, mas admitiu não ter dinheiro para alguns dos projectos que estavam anunciados. A construção de um centro cultural, em Quarteira, da autoria de Souto Moura, é um dos exemplos. “Estamos condicionados, durante este mandato, por um passivo de 80 milhões que herdámos do executivo anterior”, justificou. Por outro lado, criticou o conjunto de novos diplomas que o Governo publicou, por considerar que vão no sentido de “desvalorizar e esvaziar a autonomia do poder local”, numa altura em que, afirmou, “as câmaras são cada vez mais chamadas a resolver problemas que estariam na competência da administração central”.
 
Apesar da crise, o autarca destaca que o concelho “continua a ser procurado por investidores”. A construção, no próximo ano, de uma loja IKEA,  a instalar entre Faro e Loulé, é um dos projectos que receberam viabilidade da câmara anterior, e merece confiança da actual. “Não há nenhuma decisão deste executivo que tenha afectado esse investimento”, declarou Vítor Aleixo, quando questionado sobre a hipótese de travar a construção desta grande superfície.
 
O orçamento da câmara de Loulé – o maior concelho e mais populoso do Algarve – é o mais baixo dos últimos cinco anos. O declínio das actividades económicas, justificou o vice-presidente, Hugo Nunes, representa o corte de menos 13 milhões de euros para 2014. A assembleia municipal, na última reunião, aprovou por unanimidade, uma proposta do executivo para encetar com o Governo o processo de renegociação do PAEL. Em vez de pagar o empréstimo em cinco anos, a câmara pretende que o prazo seja dilatado para 14 anos.