No âmbito das cerimónias que integram o programa comemorativo do Dia Internacional da Proteção Civil, que se assinala amanhã, 1 de março, o Primeiro-Ministro, António Costa, acompanhado pelo Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita e o Presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, General Carlos Mourato Nunes, esteve esta manhã no concelho de Loulé, para inaugurar o Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve em Loulé, e a BAL - Base de Apoio Logístico da Proteção Civil, fixada em Quarteira, uma das cinco criadas a nível nacional.
O Comando Regional de Emergência e Proteção Civil está localizado num terreno cedido pela Autarquia, na designada “Cidadela da Segurança e Proteção Civil” que está a ser criada em Loulé, reunindo numa localização central da região do Algarve e de acesso direto à Via do Infante, a Base de Helicópteros e o Quartel de Bombeiros de Loulé.
A obra do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil representou um investimento de cerca de 1.2 milhões de euros e foi cofinanciada pela União Europeia em 85%.
Em Quarteira a BAL permite apoiar e armazenar equipamento, para além de garantir a estadia e suporte direto às operações de socorro em todo o Algarve, com uma capacidade para albergar perto de 120 operacionais, assegurando o alojamento, alimentação, espaços administrativos, armazenamento de equipamentos, abastecimento ao exterior e parqueamento de veículos.
O edifício irá ainda integrar uma unidade operacional da Força Especial de Proteção Civil e instalações para um destacamento do corpo de bombeiros municipais. A obra teve um custo que rondou os 1,6 milhões de euros.
O Presidente da Câmara de Loulé destacou no seu discurso que as infraestruturas hoje inauguradas «têm grande qualidade e valor estratégico» para o dispositivo de proteção e segurança das pessoas, dos seus bens e dos seus valores ambientais mas também, na melhoria das condições de trabalho de todos os operacionais.
Vítor Aleixo adiantou que a segurança das pessoas tem sido «uma preocupação constante da autarquia», cujos equipamentos hoje inaugurados são «indispensáveis à região». Para o edil estes investimentos justificam-se à luz das alterações climáticas «que criaram uma real e urgente necessidade de articulação entre diferentes escalas a global, nacional, regional e local para a redução de catástrofes».
A prevenção e a sensibilização junto das populações tem sido para o Município, foi estratégia realçada pelo autarca, como forma de mitigar os riscos e preparar melhor as populações para as diversas situações quer em caso de incêndios, cheias ou acidentes.
O responsável autárquico frisou ainda que as infraestruturas sediadas em Loulé, estão pensadas para responder a toda a região, daí a sua localização central e de fácil acesso à Via do Infante. «Neste aspeto o Município de Loulé tem vindo a afirmar-se como uma nova centralidade de importância nacional com um fortíssimo papel na região do Algarve».
Vítor Aleixo garantiu à população de Quarteira e Vilamoura que os bombeiros municipais de Loulé têm na BAL - Base de Apoio Logístico da Proteção Civil, instalações condignas «dotadas de meios humanos e técnicos capazes de atacar qualquer situação no âmbito da emergência médica e incêndios, pelo que ficarão aqui estacionados uma autoescada, um veículo de combate a incêndios urbanos e rurais, um autotanque e uma ambulância de emergência assegurando assistência 24 horas por dia».
O Presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, General Carlos Mourato Nunes reconheceu que as duas infraestruturas inauguradas «são de relevância estratégica para o País e em particular para o Algarve, permitindo uma maior capacidade de resposta da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil no socorro às populações».
Há novos riscos a ter em conta que exigem da Proteção Civil uma resposta adequada, que de acordo com o Presidente da ANEPS, «tem que ter uma capacidade mais robusta para atuar em diversos cenários difíceis que vão desde os fenómenos relacionados com o efeito das alterações climáticas, à geografia humana, à massificação do uso das tecnologias, à exploração intensiva dos recursos naturais ou à poluição do rios, oceanos e atmosfera, e que estão a gerar sérias mutações dos riscos e ameaças e na severidade da suas consequências, afetando as populações em qualquer parte do País e do mundo».
A melhor estratégia para atenuar todas estas ameaças, segundo o mesmo responsável, «está na prevenção para a minimização de todos os factores de risco, numa verdadeira mudança na área da Proteção Civil».
Eduardo Cabrita, Ministro da Administração Interna, focou-se no clima de paz e de segurança que o País vive, como uma grande riqueza nacional, quer a nível turístico, mas também no investimento e na sua imagem a nível internacional. Disse que o Algarve e Loulé em especial, «são devedores de gratidão nacional face à dimensão que a região tem na sua visão daquilo que é integradamente uma resposta que se deve a todos». O governante reconheceu ainda que o Algarve é a única região nacional onde existem Contratos Locais de Segurança com todos os Municípios.
O Primeiro-Ministro António Costa referiu-se à cultura de segurança «como fator de desenvolvimento coletivo, e uma questão importante é termos consciência dos riscos». A região do Algarve é uma das regiões mais expostas aos riscos das alterações climáticas, quer na erosão costeira, nos períodos de seca, ou no risco de incêndios. Para António Costa a Base Logística de Quarteira «é da maior importância porque significa que não só os bombeiros da região mas em particular os grupos de reforço, não ficam sem terem uma base onde possam recuperar e obter a informação necessária para atuar com eficiência no terreno de operações em caso de catástrofe».
António Costa presenteado com a Chave do Humanismo e uma réplica das atas de vereação medievais de Loulé
António Costa reforçou que o investimento realizado em Loulé e Quarteira é um exemplo do esforço que o País está a fazer para preparar a Proteção Civil com melhor capacidade de previsão e de resposta em caso de necessidade. «Temos que ganhar esta batalha em nome da proteção da vida e da segurança individual de cada ser vivo, em nome da proteção dos bens e dos bens naturais desta região que são um bem essencial que não devemos prescindir», sustentou.
Defendeu que a segurança é um bem essencial para o reforço do turismo, um dos motores do desenvolvimento económico e social do Algarve, «e se queremos uma região para todo o ano temos que perceber que a diversificação da oferta do turismo não pode assentar só no sol e praia, há outras valências que devem ser aproveitadas e que são absolutamente fundamentais, designadamente as serras algarvias e os seus produtos endógenos, essenciais para o chamado turismo de natureza que funciona também na época baixa, criando riqueza e diminuindo a ameaça dos riscos de incêndio».
No final da cerimónia o Algarve Primeiro falou com o Comandante Operacional Distrital da Proteção Civil, Vaz Pinto, que referiu-se às inaugurações como «duas importantes infraestruturas do ponto de vista da rede estratégica da Proteção Civil, que vão contribuir para facilitar os operacionais no terreno que têm de cumprir a sua missão». Vaz Pinto assumiu que apesar deste investimento «a região nunca está completa, pois queremos sempre mais e melhor e estamos motivados para o fazer, agora não há dúvida nenhuma de que este investimento vai facilitar todos aqueles que diariamente zelam pela defesa das pessoas».