Ambiente

Loulé promete plantar milhares de árvores e com isso ser referência ambiental na Europa

 
Para contrariar a desflorestação que está afetar vários pontos do Globo e a acentuar as alterações climáticas, a Câmara Municipal de Loulé promoveu uma ação de plantação de mais de 1 milhar de árvores em plena Serra do Caldeirão. Mas, no âmbito do programa comemorativo do Dia da Floresta Autóctone, o Município associou-se também ao movimento europeu “Life Terra” que irá permitir mobilizar mais pessoas em torno da ideia da arborização, confirma comunicado da autarquia.

Funcionários de vários serviços do Município, da Proteção Civil e dos Bombeiros, Sapadores Florestais, Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, bem como representantes do ICNF, de partidos políticos e juntas de freguesia, alguns voluntários e elementos do executivo camarário meteram as mãos na terra para plantar uma das espécies endógenas que marca a paisagem do interior algarvio: o sobreiro. Uma ação que, como explicou o vereador do Ambiente, Carlos Carmo, “vem no seguimento do protocolado com o ICNF em maio, tendo em vista a plantação de milhares de árvores nos próximos 5 anos”, espécimes que virão diretamente dos viveiros deste instituto.
 
O Município diz ter sido dado outro importante passo, tendo em vista o reforço das zonas verdes no concelho, ao celebrar uma cooperação com a Associação Naturaleza y Hombre que permitirá a Loulé fazer parte do projeto “Life Terra”. O objetivo é restaurar e promover a ligação entre a sociedade e a natureza, facilitando a plantação de árvores e capacitando os cidadãos com conhecimento, tecnologia e ferramentas necessárias para dar resposta à mudança climática.
 
“Este projeto tem como objetivo plantar 500 milhões de árvores, ou seja, 1 árvore por cada europeu. No fundo é um projeto de consciência ambiental, de mobilização das pessoas em torno da ideia da arborização. Vivemos uma crise e a única maneira de a resolver é mobilizando as pessoas… E um projeto que tem um objetivo desta dimensão é, por si próprio, um projeto mobilizador de pessoas”, explicou Carlos Rio Carvalho, representante nacional do projeto.
 
 
Mas uma vez que o que se pretende é não só plantar mas também “ter resultados físicos no número de árvores que ficam no terreno”, a comunicação é uma palavra-chave do “Life Terra”. Assim, promove-se o crescimento de áreas arborizadas através de práticas de reflorestação sustentáveis e do teste da tecnologia “track your tree” (siga a sua árvore), com uma aplicação que permitirá monitorizar a sobrevivência das árvores e o crescimento das áreas arborizadas.
 
“O ‘Life Terra’ leva a mensagem, ampliando-a. Comunica, utilizando os canais de comunicação que tem para, em vez de chegar a um número mais limitado de pessoas, chegar a toda a Europa. E depois ajuda no que puder”, seja através do fornecimento de árvores ou na organização e reforço da rede de voluntários.
 
No dia que marcou o pontapé-de-saída deste projeto, o seu fundador e diretor-geral, Sven Kallen, mostrou-se satisfeito com a pro-atividade e energia dos voluntários louletanos que “trabalharam depressa e bem”. “O que fizemos hoje é um grande começo. Precisamos de muitas mais autarquias que olhem em frente como Loulé, que se envolvam e levem os seus cidadãos a implicarem-se também”, considerou. E adiantou que neste momento o projeto está a operar em 10 países europeus mas a ideia é ampliar muito mais essa rede. 
 
Para o vereador Carlos Carmo, Loulé ganha com este protocolo até porque irá “comunicar um pouco por todo o mundo as suas boas práticas ao nível da manutenção e preservação da biodiversidade e na consciencialização dos munícipes para a importância da sustentabilidade e preservação da nossa biodiversidade, neste caso concreto com o aumento do número de árvores no nosso território e a sua função no ecossistema e no combate às alterações climáticas”.
 
No encerramento dos “trabalhos agrícolas” em que o território de Loulé ficou mais verde, a vice-presidente da Autarquia, Ana Isabel Machado, sublinhou a importância de pugnar por um mundo melhor e por um Planeta melhor através destas ações. “Há uma mãe que não perdoa, que é a mãe natureza. Hoje, ao estarmos a fazer a compensação de reflorestação no âmbito de um projeto, significa que estamos a tentar tratar bem a nossa mãe e tentar a reverter o mal que fizemos”, concluiu esta responsável.