Sociedade

Loulé recebe Bienal Ibérica de Património Cultural sob o tema da sustentabilidade

Catarina Valença da Spira e Vítor Aleixo - Presidente da Câmara Municipal de Loulé
Catarina Valença da Spira e Vítor Aleixo - Presidente da Câmara Municipal de Loulé  
 
Loulé acolhe este ano, entre 11 e 13 de outubro, a grande festa do património, juntando especialistas e profissionais de Portugal e Espanha (que dinamizam a Bienal), de Marrocos (país convidado) e, pela primeira vez, de várias outras origens (Brasil, Holanda, Itália e Áustria), em 3 dias de troca de ideias e experiências sobre o património cultural.

 
Na edição deste ano, o tema a debate é a "sustentabilidade" que representa o objetivo do evento, na perspectiva de que o património cultural, renova-se, recicla-se e adapta-se.
 
Loulé representa assim a maior edição de sempre da Bienal, tanto em dimensão, como em programação ou no carácter internacional do evento.
 
Na conferência de imprensa desta manhã, realizada no Palácio Gama Lobo juntamente com o Presidente da Câmara de Loulé, Catarina Valença da Spira, empresa promotora da Bienal, referiu que o evento terá lugar pela primeira vez a sul, «e volta a sublinhar o contributo do recurso endógeno "património cultural" na promoção do desenvolvimento harmonioso do país, obrigando à deslocação até ao local onde este recurso se encontra», recordando que a edição portuguesa é a única a nível europeu com carácter itinerante. A edição espanhola realiza-se na cidade de Valladolid.
 
Anunciou também que a Bienal resulta «de uma bem sucedida parceria entre instituições públicas e privadas». Além da Spira, agência de revitalização patrimonial, conta-se com o apoio da Câmara Municipal de Loulé – bem como com o parceiro espanhol – a Junta de Castela e Leão; e um conjunto de entidades públicas com responsabilidades na área do Património Cultural, com destaque para três Ministérios (Cultura - DGPC; Economia - Turismo de Portugal; e Negócios Estrangeiros - AICEP), a Comissão Nacional da UNESCO, a Fundação Millennium Bcp e o Alto Patrocínio do Presidente da República. 
 
Espera-se uma programação variada com o espaço expositivo, onde estarão presentes empresas e entidades nacionais e estrangeiras que atuam no setor, passando por seminários e workshops dedicados à temática do património; até à programação cultural com um espectáculo de video-mapping, concertos, exposições, actividades de educação patrimonial para famílias e escolas.
 
A Bienal tem vindo a reforçar a educação patrimonial antes, durante e após os dias do evento, através da parceria com a Associação Mundo Património. O projecto "Empreita-te!" começou pelas escolas de Loulé. Durante o ano lectivo transacto, destinou-se aos alunos do 3º ano de todo o agrupamento escolar do concelho, procurando divulgar a técnica tradicional regional da empreita e fazendo-o simultaneamente numa perspectiva da valorização da inter-geracionalidade, sublinhando a inteligência da utilização deste recurso do ponto de vista da sustentabilidade do território. Durante a Bienal, os resultados deste projecto pedagógico estarão reunidos numa exposição.
 
A Roda da Empreita, montada no Convento do Espírito Santo, irá sintetizar e simbolizar tudo o que se pretende atingir com a programação de educação patrimonial da Bienal. Serão também promovidos 5 seminários temáticos e uma bateria de apresentações técnicas por parte dos expositores do evento.
 
Aos jornalistas, Vítor Aleixo assentou que a aposta neste projeto, «serve também para desmistificar a ideia de que o Algarve é só turismo, e Loulé demonstra que há mais na região do que turismo, há o Algarve interior e o rico património existente para apreciar».
 
O autarca salientou o investimento que o Município tem feito na recuperação e preservação do património concelhio, «que tem grande valor identitário e económico», dando como exemplos a musealização dos Banhos Islâmicos, «as valiosas Atas do Sec. XIV», o Arquivo Histórico «riquíssimo», vários monumentos nacionais como a Igreja Matriz, as revitalizações do Palácio Gama Lobo e do Solar da Música Nova, ou a recuperação do casco histórico de Loulé, que assenta na estratégia municipal de criar um quarteirão cultural, «que será um cluster muito importante para Loulé e para o concelho». 
 
Vítor Aleixo realçou ainda que pela aposta que a autarquia tem feito nesta área nos últimos anos, «a Bienal será a cereja no topo do bolo».   
 
Refira-se que o evento decorre na sexta-feira (11) e sábado (12): das 11h00 às 23h00 e no domingo (13): das 11h00 às 18h00.
 
Os locais que recebem o evento são referências do Património Histórico de Loulé, como o espaço público junto ao Monumento Engº. Duarte Pacheco, o Centro de Experimentação e Criação Artística de Loulé (CECAL), Palácio Gama Lobo, Solar da Música Nova, Cine-Teatro Louletano, Convento do Espírito Santo e Mercado Municipal, (que irá receber o espectáculo de video-mapping).
 
Marrocos estará representado, numa parceria estreita com a AICEP - Portugal Global, através das Embaixadas do Reino de Marrocos em Portugal e de Portugal em Marrocos. A representação oficial do Reino de Marrocos é encabeçada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e envolve o Ministério da Cultura e da Comunicação, bem como o Ministério do Turismo e do Artesanato daquele estado. As 3 dimensões da política patrimonial – relações externas, economia e cultura – estarão assim representadas ao mais alto nível na Bienal deste ano, na forma de um Workshop Portugal/Marrocos, reuniões bilaterais, presença com Artes e Ofícios tradicionais, e especialistas marroquinos da área da gestão patrimonial, formação e investigação aplicada.
 
Para mais informações poderá consultar o site da Bienal:https://www.bienalarpa.pt