Cultura

Loulé: Teatro do Eléctrico estreia «ópera em miniatura» e prepara reposição do espetáculo sobre a Mãe Soberana

Foto|D.R (Enrico Vives Rubio)
Foto|D.R (Enrico Vives Rubio)  
O espetáculo «O Anel do Unicórnio – uma Ópera em miniatura», criação de Ana Lázaro, Martim Sousa Tavares e Ricardo Neves-Neves, estreia em Loulé, no Cineteatro Louletano a 19 de novembro, depois segue para uma digressão nacional com paragens em Guimarães, Lisboa, Odivelas, Ovar e Ílhavo.

A ficha artística é composta por Ana Lázaro, no libreto, Martim Sousa Tavares na música, Ricardo Neves-Neves na encenação, com André Henriques, Cátia Moreso, Sílvia Filipe (cantores) e André Magalhães (ator), David Silva (flauta), Ana Aroso (harpa), Mrika Sefa (piano eléctrico e sintetizador), Francisco Cipriano (percussão), Helena Silva (violino), Miguel Menezes e Vasco Sousa  (contrabaixo e baixo elétrico).
 
A peça anda à volta de Pedro Patê, um rapaz enfadado pela sua invulgar sorte, filho de dois cantores de ópera, em que ele próprio vive dentro de uma ópera que nunca acaba, com a música de fundo de uma orquestra que pauteia cada gesto que faz.
 
Aborrecido com esta condição, e farto de ouvir ininterruptamente árias, cavatinas, intermezzos e afins, ou de ser arrastado para aventuras épicas ou intrigas e tropelias pelo seu pai Bellini Bel Canto (um ex-barbeiro em Sevilha) e a sua mãe Faustina Balão, uma verdadeira diva barroca, Pedro Patê sonha com a possibilidade de vir a ser ilusionista e descobrir o truque que roube as cantorias das bocas da sua família apenas com um estalar de dedos!
 
Ao Algarve Primeiro, Ricardo Neves-Neves explicou que a ideia inicial partiu da diretora do Teatro Luís de Camões em Lisboa, onde foi feita uma proposta para fazer uma ópera para crianças. «A partir daí, Martim Sousa Tavares que é o maestro da nossa orquestra, delineou a área musical e convidámos Ana Lázaro para escrever o libreto desta ópera». Em termos de narrativa foi procurado fazer uma ópera do Séc. XXI, mas que tivesse algumas das caraterísticas da ópera clássica do Séc. XVIII, «fomos à composição de Mozart, e colocámos algumas coisas do Séc XXI, como a linguagem ou a música entre o clássico e o contemporâneo, onde se pode ouvir flauta, harpa, passando pelo violino, até à bateria, contrabaixo e sintetizador». 
 
A peça com uma duração de 58 minutos, é aberta a maiores de 6 anos e tem o apoio do CineTeatro Louletano. 
 
Outra novidade do Teatro do Eléctrico, passa por repor em abril de 2022, o espetáculo “Soberana, a mãe de Loulé”, que teve estreia em 2019. Ao nosso jornal, Ricardo Neves-Neves disse que as três apresentações que fizeram em 2019, «foram insuficientes tanto para a cidade, como para nós. Foi um espetáculo que nos deu em primeiro lugar muito trabalho, com uma investigação muito longa de quase 1 ano, recorrendo à documentação existente e também a entrevistas a pessoas de várias idades do concelho e fora dele». O encenador salientou que logo após o último espetáculo, a companhia recebeu da parte da Câmara de Loulé, o convite para fazerem a reposição do mesmo, mas que devido à pandemia isso não aconteceu, esperando agora que nos dias 15 e 16 de abril de 2022, seja apresentado no CineTeatro Louletano com duas sessões diárias.
 
 
"Soberana, a mãe de Loulé" é um texto de Ana Lázaro, com encenação de Ricardo Neves-Neves e direção musical de Rita Nunes, sobre a procissão e os festejos religiosos da Mãe Soberana, que acontecem anualmente em Loulé no dia de Páscoa (Festa Pequena) e duas semanas depois (Festa Grande).
 
Nas palavras de Ricardo, “Soberana, a mãe de Loulé”, aborda um tema de grande carga histórica e emocional da cidade, «foi trabalhado com pinças e com prudência, porque estamos a espelhar a vida das pessoas, as suas crenças, aquilo que acreditam e que é muito importante para cada um».