Sociedade

Loulé assinou protocolo que garante medicamentos aos que mais precisam (C/Áudio)

Foi assinado esta terça-feira nos Paços do Concelho de Loulé, um protocolo entre a Câmara Municipal e a Associação Dignitude, instituição particular de solidariedade social, com o objetivo de implementar o Programa abem:Rede solidária do Medicamento no Concelho de Loulé.

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Com esta parceria a autarquia em articulação com a Dignitude, garante o acesso ao medicamento a qualquer munícipe que se encontre numa situação de carência económica, e que por isso, o impossibilite de adquirir medicamentos comparticipados que lhe sejam prescritos por receita médica.
 
Segundo os responsáveis do projeto, 1 em cada 10 portugueses não consegue comprar medicamentos prescritos e a missão do programa abem quer contrariar esta estatística, desenvolvendo parcerias para que todos os portugueses tenham acesso aos medicamentos.
 
É aqui que os Municípios parceiros da Dignitude têm um papel fundamental neste processo, identificando através dos seus serviços sociais e de proximidade, famílias ou munícipes que tenham mais necessidades e que deste modo, possam ser apoiados.
 
Os municípios fazem o levantamento dos casos e a Dignitude o restante processo, que inclui a emissão de um cartão que será apresentado nas farmácias aderentes no ato da compra.
 
Maria de Belém, Presidente da Associação Dignitude com sede em Coimbra, referiu que «a gravidade está no facto das pessoas não terem facilidade em comprar os seus medicamentos sendo mesmo uma causa de morte, quer em doentes crónicos, quer em casos de convalescença após intervenções cirúrgicas onerando o Estado, na medida em que se o doente não toma a medicação corretamente, terá complicações de saúde».
 
A responsável informou que em 2017, 1/4 do orçamento do Ministério da Saúde, cerca de 2300 milhões de euros, foram aplicados na compra de medicamentos e que em Portugal 4 milhões de portugueses são pobres «antes das transmissões sociais», daí a criação do Programa abem, que assenta na sua globalidade numa parceria inovadora do setor social (Cáritas Portuguesa e Plataforma Saúde em Diálogo), com o setor da saúde (Associação Nacional de Farmácias e Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica), e pretende mobilizar toda a sociedade portuguesa.
 
100% dos donativos das entidades públicas, privadas ou da sociedade civil, vão para o Fundo Solidário abem, da Associação Dignitude, utilizado na co-comparticipação dos medicamentos consumidos pelo beneficiários abrangidos pelo programa.
 
Até agora o abem abrange 118 municípios, 615 farmácias aderentes, mais de 8200 beneficiários, mais de 4700 famílias num total de 221 mil medicamentos dispensados. 
 
Vítor Aleixo, Presidente da Câmara Municipal de Loulé deu os parabéns aos responsáveis pela implementação do projeto no país, dizendo tratar-se de «um conteúdo nobre».
 
O autarca vincou contudo, que o concelho de Loulé tem desenvolvido um conjunto de políticas sociais «muito ativas, com recursos humanos treinados que têm feito um trabalho extraordinário junto das famílias que foram afetadas pela crise de 2008».
 
Na mesma comunicação o edil assegurou que no caso específico do abem, as pessoas serão «criteriosamente selecionadas, até porque a autarquia tem um regulamento solidário com parâmetros rígidos, para garantir a ajuda a quem mais precisa», realçando a criação do programa "Loulé Solidário" «que tem ajudado muitas famílias nos últimos anos, nas mais variadas situações de dificuldade».
 
Para já a autarquia louletana irá reservar uma verba de 10 mil euros, que serão aplicados no programa abem, mas que poderá, segundo garantiu o autarca, ser reforçada se assim for necessário.
  
À margem da cerimónia, Vítor Aleixo falou ao Algarve Primeiro sobre a Estratégia Local de Habitação, a ser lançada em breve pelo Município com o objetivo de dar resposta ao problema da habitação.