Esta quinta-feira começou com os ânimos exaltados na Ilha da Culatra, onde a Sociedade Polis está a notificar mais 23 casas para posse administrativa no núcleo dos Hangares.
O reforço da Polícia Marítima está a tentar controlar os moradores que se colocam à frente das habitações de forma a impedir o trabalho dos técnicos da Polis.
Cerca de 40 operacionais tentam a todo o custo facilitar o trabalho dos técnicos da Sociedade Polis. Os ânimos estão mais exaltados por se tratar de um núcleo com cem anos e que, na posição dos moradores, “não há necessidade disto acontecer. Há outras soluções que podem ser levadas a cabo sem tocar nas vidas das pessoas, nas suas emoções e naquilo que é a história de Faro e de Olhão.”
Na passada semana, a Sociedade Polis procedeu à tomada de posse de 29 construções ilegais no núcleo do Farol. Hoje a Polis avança com a marcação e tomada de posse administrativa de 23 construções no núcleo dos Hangares.
O presidente da Polis Ria Formosa admitiu hoje "situações de injustiça" nos critérios para a marcação de construções para demolição nas ilhas-barreira, tendo em conta a irregularidade da linha de água na definição da faixa de risco.
Além da salvaguarda das construções de primeira habitação - que são apenas duas, em ambos os núcleos - estão ainda fora do mapa das demolições as construções pertencentes a pessoas com atividade ligada à ria (pescadores, mariscadores ou viveiristas), quer estejam no ativo ou já na reforma.
De acordo com José Pacheco, da Sociedade Polis Ria Formosa, para além dos proprietários que decidiram interpor providências cautelares, houve um "número substancial" de pessoas, que estimou em 20, que se dirigiram diretamente à Polis, e até ao gabinete do ministro do Ambiente, para pedir a suspensão das tomadas de posse.
Citado pela TVI, José Pacheco adiantou que, "Algumas já foram reavaliadas, já tiveram resposta, outras que fiquem dentro dos critérios que foram definidos em outubro passado com certeza que são reavaliadas em função desses critérios e, caso os cumpram, será comunicado às pessoas o resultado".
No âmbito do programa Polis Litoral Ria Formosa, já foram demolidas 297 construções, das quais 108 na Península do Ancão, onde se insere a Praia de Faro, e 189 nos ilhotes.
Algumas das famílias que lá tinham a sua única e primeira habitação já foram, entretanto, realojadas, estando neste momento a ser preparado o realojamento de 93 pessoas no parque de campismo da Praia de Faro e em lotes de apartamentos na freguesia do Montenegro.
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