Política

Manuel Marreiros diz que as pessoas cansaram-se da "inércia" em Aljezur

Manuel Marreiros
Manuel Marreiros  
Manuel Marreiros, independente do Movimento Renascer, venceu as eleições autárquicas no concelho de Aljezur. Após ter sido presidente do Município, em quatro mandatos, dois pela CDU e dois pelo PS, o candidato regressa a uma casa que bem conhece, 16 anos depois, destronando o executivo socialista liderado por José Gonçalves.

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Em declarações ao Algarve Primeiro, Manuel Marreiros sublinhou que muitas das infraestruturas que existem no concelho, foram concretizadas durante os seus mandatos. "Depois de ter saído, pouco ou nada se fez, e nem isso conseguiram manter e conservar, além das oportunidades perdidas em termos de fundos comunitários, nomeadamente para a habitação, educação entre outras áreas", notou, adiantando que há 4 anos, concorreu nas autárquicas e perdeu por 78 votos, "apanharam um grande susto e pensei que as coisas melhorassem, mas não, pioraram e o resultado das eleições foi a apreciação que as pessoas fizeram dos candidatos do Partido Socialista". 

O novo presidente critica que o executivo PS tenha acumulado dinheiro do município por "inércia" na aplicação de medidas para o bem público. "Pediram mais de 2 milhões de euros à banca para arranjar estradas nos últimos meses, antes das eleições, quando têm 4 milhões parados no banco, não considero isto gestão."

Quando tomar posse, Manuel Marreiros diz que dará prioridade à motivação dos trabalhadores autárquicos e pôr os serviços a funcionar de forma "eficaz", quer ao nível da parte administrativa como da operacional, "porque está tudo desmotivado e desorganizado, tem de haver a presença dos políticos junto dos funcionários, nem que seja para lhes dizer bom dia, depois temos de formar uma equipa e definir objetivos", explicou. 

Entre as prioridades, está a habitação para fixar jovens e apoiar os profissionais das áreas da educação, saúde e segurança, também a conservação das infraestruturas e a gestão da recolha de resíduos, "não entendo como andaram em feiras turísticas a promover o Município em Portugal e Espanha, e depois temos um concelho tão maltratado em termos de recolha de resíduos". 

Na segurança, referiu que a GNR de Aljezur não tem condições para trabalhar, "talvez seja o pior quartel do País", notando que tem diminuído o número de militares devido às condições de trabalho e pela falta de habitação, criticando que se tenham perdido fundos do PRR. "Posso dizer que não há uma candidatura do PRR para a habitação, quase todos os concelhos à volta de Aljezur têm candidaturas aprovadas". 

Na educação, lamenta que alunos não tenham aulas, "há alunos que durante dois anos não tiveram aulas de Inglês, significa que temos de dar melhores condições aos professores para que se fixem no concelho, porque quando se gasta 700 ou 800 euros numa renda de casa, não sobra muito do ordenado, até que muitos professores têm de pagar duas casas, aquela onde estão deslocados e a da sua família, sendo incomportável", afirmou. 

Manuel Marreiros assume que há muito por fazer no concelho e que a expetativa das pessoas é alta, "porque querem que as coisas mudem", contando "com a competência da equipa autárquica e a experiência política que temos", concluiu. 

Nas eleições de domingo, Manuel Marreiros (R-MI) venceu com 56,86% dos votos, José Gonçalves (PS) ficou em segundo com 33,36%, Fernando Cortes (CH) foi a terceira força política com 3,98% e Carlos Sêco (PCP/PEV) com 3,77%.