Sociedade

Marcha algarvia encantou Lisboa

Foi a primeira vez que uma Marcha oriunda do Algarve (Bordeira) desfilou na Avenida da Liberdade em véspera de dia de Santo António.

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A iniciativa foi do presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau, com o apoio de Alexandra Gonçalves, diretora regional da cultura.
A Marcha algarvia abriu o desfile das Marchas Populares de Lisboa em 2015.
 
O sitio de Bordeira, situa-se no extremo nordeste da freguesia de Santa Bárbara de Nexe, no interior do concelho de Faro, a fazer fronteira com Loulé e São Brás de Alportel. 
 
A Sociedade Recreativa Bordeirense, fundada em 1936, é responsável por uma profusa actividade cultural onde se incluem: os cortejos de carnaval; as Marchas de Santos Populares desde 1960, de que José Carapeto é, desde 1996, o seu  ensaiador; uma récita teatral por ano; cantares charoleiros próprios do Natal e Ano Novo; várias atuações musicais ao longo do ano; e ainda, uma consistente e permanente defesa do património imaterial do acordeão - o instrumento musical que melhor caracteriza toda a freguesia.
 
Sendo Bordeira considerada o berço do acordeão em Portugal, para a direção desta coletividade, a presença da sua Marcha na Avenina da Liberdade - apadrinhada pelas gentes da terra, coroada por Eva Mendonça e Sérgio Ramos "é, não só, uma forma de levar o acordeão ao País, mas também, para o enaltecer e por isso mesmo fazem parte do «cavalinho» - que nesta gíria designa o grupo de músicos - para além da tarola, do trompete, da tuba, do saxo alto e do saxo tenor, quatro acordeonistas", referiu Hélder Viegas, o seu presidente. 
 
Cinco minutos foi o tempo que cada Marcha teve para actuar frente à tribuna presidencial. Bordeira marchou, na emblemática artéria do País, ao som de duas das seis músicas que compõem a totalidade da sua actuação, a saber: "Anda amigo vem para a rua", letra e música de José Bento e a "Marcha de Bordeira", letra de António Aleixo e música de José Ferreiro (pai). 
 
Integrado na Marcha foi também interpretado o corridinho intitulado "Alma Algarvia" do acordeonista José Ferreiro (pai), também ele bordeirense. 
 
Os acordeonistas que acompanharam esta marcha foram: Pedro Cabanita, de Faro, José Correia, de Bordeira, e, ainda, Hernâni Cerqueira, de Tunes, e Daniel Silva, de Paderne, ambos de 17 anos e alunos de Nelson Conceição, premiados recentemente, com o 1º e 2º prémios nacionais e internacionais de acordeão, nas categorias de Júnior e Sénior Varieté, respectivamente. 
 
Rogério Bacalhau e Paulo Santos, respectivamente, presidente e vice-presidente, acompanharam esta comitiva composta por mais de oito dezenas de participantes, onde se incluem os "marchantes", os "aguadeiros" e o "cavalinho". 
 
Em declarações à comunicação social, Rogério Bacalhau reiterou que "esta foi uma oportunidade para mostrar ao País o que de muito bom se faz em termos culturais fora de Lisboa. Uma forma de mostrar um outro Algarve muitas vezes esquecido por todos quantos nos visitam, principalmente, no Verão. Dois terços do Algarve é interior e este é tão ou mais importante para a sustentabilidade da economia da região como é o litoral", disse o edil.
 
Próximas actuações desta marcha:
 
Sábado, dia 20 Junho, em Quelfes, Olhão, às 21:00 horas
Domingo, dia 21 Junho, em Faro no Estádio de São Luís, às 21:00 horas
Terça-feira, dia 23 Junho, em Armação de Pera, às 21:00 horas
Quarta-feira, dia 24 Junho, em frente ao Museu Arqueológico de Faro, às 21:00 horas;
Quinta-feira, dia 25, em Faro, na APPC (Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral), às 21:00 horas.
Sábado, dia 27 Junho, na Conceição de Faro, às 21:00 horas
Domingo, dia 28 Junho, no Palm Village, em Albufeira, às 21:00 horas e em São Bartolomeu de Messines, às 23:30 horas.
Segunda-feira, dia 29 Junho, junto à Igreja de São Pedro, em Faro, às 21:00 horas.
Sábado, 4 de Julho, Clube Desportivo do Montenegro, às 22:00 horas
Domingo, dia 19 de Julho, na Ilha da Culatra, às 22:00 horas