Sociedade

Menir descoberto em São Brás de Alportel é o "único do género" no sotavento algarvio

Um conjunto de menires com aproximadamente 5.500 anos foi encontrado, em Monte Trigo, Machados, no concelho de São Brás de Alportel, fruto da primeira escavação arqueológica realizada no concelho, no âmbito de uma parceria entre a Câmara Municipal de São Brás de Alportel e a Universidade do Algarve.

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De acordo com nota divulgada da autarquia, o achado arqueológico tem a particularidade de ser o único do género encontrado no sotavento algarvio, conhecendo-se outros exemplares apenas no barlavento. A equipa de arqueólogos parte agora para o trabalho de laboratório e de análise e interpretação dos dados assim como a elaboração de propostas de valorização e preservação do menir que é um elemento relevante no conhecimento do passado da região
 
 
As escavações dirigidas pelo professor de arqueologia da Universidade do Algarve, António Faustino Carvalho, acompanhado pela arqueóloga municipal, Angelina Pereira, e por um conjunto de estudantes do curso de arqueologia que se voluntariaram para participar no projeto, permitiram confirmar que o vestígio avistado por um cidadão de São de Brás de Alportel, no início do verão de 2021, é um monumento pré-histórico de pedra, do período neolítico, cravado no solo há aproximadamente 5.500 anos.
 
O processo desencadeado inicialmente pela Direção Regional de Cultura do Algarve, que tem estado a acompanhar os trabalhos, conta com o apoio do município, que promoveu uma visita com jornalistas e o representante da Direção Regional de Cultura do Algarve, Frederico Regala.
 
 
António Faustino Carvalho, explicou que os trabalhos decorridos entre 14 e 18 de agosto, permitiram perceber que se trata de um conjunto de menires, embora apenas um esteja praticamente intacto por se ter mantido semienterrado. Foi possível encontrar vestígios de outros menires que fariam parte do conjunto, que poderá ter sido um cromeleque, mas que ao longo dos anos foram sendo utilizados pelas comunidades para a construção de muros e outras estruturas rurais. Supõe-se que esta atividade possa ter modificado a disposição inicial dos menires.
 
 
O codiretor das escavações, explicou também que a existência destes menires indica que na época, ainda que nada aponte para momentos de guerras, existiriam conflitos entre grupos, cabendo a estas peças o papel de marcação de território.
 
Em resposta aos jornalistas, o autarca Vitor Guerreiro, sublinhou que o município está disponível para analisar as propostas apresentadas pelos especialistas para que este património possa ser valorizado e disponibilizado a estudiosos, visitantes e para a comunidade local.