A sessão de abertura do evento que decorreu na terça-feira, contou com a presença das ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.
Numa organização conjunta do Município de Loulé e do Fórum da Energia e Clima, esta edição levantou questões como a implementação de políticas de ação climática para a conservação da natureza, ecossistemas em risco e as soluções inovadoras para a sua proteção, bem como estratégias eficazes de comunicação, sensibilização e participação cívica para conservar, através de painéis temáticos.
Segundo evidencia nota da autarquia louletana, em matéria de proteção ambiental e na luta contra as alterações climáticas e transição energética, os problemas estão identificados e as metas definidas, e a prioridade absoluta tem que ser dada à concretização das medidas, frisou a responsável governamental no discurso de abertura. “Executar, executar, executar!” são, de acordo Maria da Graça Carvalho as grandes prioridades do Governo. A Ministra elencou algumas das ações realizadas nos 14 meses legislativos como o lançamento e entrada em funcionamento da Agência para o Clima, a estratégia nacional para questão da Água, a revisão da Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, uma nova abordagem na gestão de resíduos ou a revisão do Plano Nacional de Energia e Clima 2030, entre outros.
Quanto ao Algarve, falou da importância das áreas protegidas marinhas, que em breve irão ocupar 30%, com uma nova área classificada a 200km a sudoeste da costa algarvia, mas também da necessidade de proteção dos valores naturais e da defesa das praias. “Para defender a economia do Algarve temos que proteger o nosso litoral, temos que proteger os nossos valores naturais, e as praias são os maiores valores que o Algarve tem”, notou.
A pouco tempo do arranque da obra da dessalinizadora em Albufeira, a Ministra falou da importância estratégica da questão da água, nomeadamente para uma região que tem tido nas questões ligadas à escassez hídrica um dos principais problemas.
Já ao nível da transição energética, salientou a necessidade de apostar mais no setor dos transportes, nomeadamente ao nível da rede ferroviária na região e em mais transportes públicos para as cidades.
Maria da Graça Carvalho deixou ainda uma palavra de apreço pelo trabalho levado a cabo em Loulé, o concelho que mais vezes visitou enquanto governante, e a “excelente colaboração que a autarquia tem tido com o Ministério”.
E foi precisamente sobre as iniciativas realizadas no concelho, que o presidente da Câmara Municipal falou. Com um forte investimento em estudos, planos e projetos, em colaboração com a Academia, Loulé foi a primeira autarquia do país a aprovar o seu Plano Municipal de Ação Climática, em fevereiro de 2022.
Vítor Aleixo lembrou que Loulé foi um dos fundadores da Rede AdaptLocal. A elaboração de um estudo para os próximos 100 anos ao nível do aumento do nível médio da água do mar, a cartografia de risco para os 13 kms do litoral, o plano de contingência para os períodos de seca, a construção de mais de 50 kms de ciclovias, a Agenda para a Biodiversidade e o Mundo Rural, uma aposta na área da energia com a instalação de 3,1 MegaWats e 80 centrais fotovoltaicas de iniciativa pública, a criação da Reserva Natural Local da Foz do Almargem e Trafal e o processo final para a criação de uma outra Reserva na Nave do Barão, o processo que poderá levar à atribuição do estatuto de proteção da UNESCO ao Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira foram algumas das medidas implementadas.
O autarca sublinhou o facto de, além da ação política, em matéria das alterações climática ser necessário também “ativismo o cívico” e recordou que foi graças também ao papel da sociedade civil que foi ganha a “batalha” contra a prospeção de petróleo e gás no Algarve.
Estas são algumas das razões que fazem de Loulé um “município inspirador, onde as mudanças que precisamos fazer já acontecem à escala local, algo que precisamos celebrar e transmitir daqui para outros concelhos”, como relevou Ricardo Campos, presidente do Fórum da Energia e Clima. E adiantou: “São projetos de ação climática local que têm potencial enorme de serem escalados para outros concelhos do país!”.