Sociedade

Ministro da Educação surpreendido com nova escola em Loulé

O ministro da Educação, João Costa, esteve esta terça-feira, em Loulé, para inaugurar a Escola EB1/JI Nº4 Hortas de Santo António. "Uma escola criada para responder ao aumento demográfico dos últimos anos que se tem registado, particularmente na região do Algarve", esclarece o Município em comunicado. Depois de uma visita ao espaço, o responsável governativo mostrou-se surpreendido com esta “obra maravilhosa”.

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A escola, localizada na freguesia de S. Sebastião, representou um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros e tem capacidade para acolher 170 crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 10 anos. O edifício integra 3 salas, na componente de jardim-de-infância, e mais 4 para o 1º ciclo do ensino básico (do 1º ao 4º ano). Neste momento são já 139 os alunos que frequentam o estabelecimento de ensino, com algumas crianças que transitaram de escolas da periferia da cidade, outras que não tinham ainda vaga no ensino pré-escolar público, mas também muitos filhos de migrantes recém-chegados a Portugal. De acordo com a autarquia, a multiculturalidade está bem presente não só nesta escola como também no Agrupamento Engº Duarte Pacheco, onde coexistem 25 nacionalidades diferentes, com alunos oriundos sobretudo do Brasil, da Venezuela, Ucrânia, Nepal ou Inglaterra.
 
 
“É a primeira vez em muitos anos que tivemos o crescimento do número de alunos em Portugal e, nas zonas com mais imigração, isso faz-se sentir de uma forma mais clara, sendo que todo o Algarve tem essa característica, e Loulé em particular. Isso significa que precisamos de mais capacidade física”, explicou o ministro. Segundo dados lançados por este responsável, em apenas 5 anos, o número de alunos estrangeiros nas escolas portuguesas praticamente duplicou, passando de mais de 50 mil para os atuais cerca de 120 mil alunos estrangeiros que frequentam o ensino em Portugal.
 
“A imigração é bem-vinda, mas está a transformar completamente as escolas portuguesas. Já são poucas as escolas – se é que há alguma – que não tem alunos estrangeiros. O que era uma exceção, hoje é a regra”, notou João Costa.
 
É também neste contexto de um concelho que tem crescido muito nos últimos anos, “contrariando a dinâmica demográfica do país”, e atraindo populações oriundas de outras latitudes, que o autarca o Vítor Aleixo vincou o esforço realizado por parte do Município para a integração destas pessoas, em especial ao nível educativo. Dos cerca de 12 mil alunos do concelho, 25% vêm de famílias migrantes.
 
A Escola EB1/JI Nº4 Hortas de Santo António vem “responder a uma necessidade escolar que cresce” mas, de acordo com o autarca, a falta de novas escolas no concelho é ainda grande, especialmente em Quarteira e Almancil. “Precisamos de mais escolas! O fluxo de alunos que vem sobretudo do Brasil mas também de outros países, é de tal modo intenso que não conseguimos responder rapidamente”, garantiu.
 
A integração no processo educativo regular de alunos com problemas ligados à saúde mental ou com necessidades especiais, em especial o aumento de alunos com patologia do espetro do autismo, é outra das preocupações do presidente da Câmara Municipal de Loulé, não obstante o investimento que tem sido realizado na área de um ensino inclusivo, por exemplo através da criação dos Centros de Referência em Educação Inclusiva em Loulé e Quarteira.
 
O edil destacou em jeito de balanço, que nos últimos 10 anos, foi projetado e executado: a inauguração da Escola EB 2,3 D. Dinis em Quarteira, a inauguração do Conservatório de Loulé que integra atualmente mais de 300 alunos, e a ampliação da Escola EB 2,3 Engº Duarte Pacheco, que está neste momento a decorrer. Aqui, os trabalhos permitirão criar mais 7 salas de aula, uma cozinha e uma sala de refeições para as aulas práticas dos alunos das turmas dos cursos de edução e formação na área da restauração.
 
Já em Quarteira, está em marcha um projeto para criação de uma escola de dança, “com todas as condições”, que aposta num ensino que privilegia cada vez mais as disciplinas criativas. 
 
Mas neste momento um dos grandes objetivos do executivo municipal passa pela criação e aprovação de um regulamento que permita “criar condições facilitadoras para que professores que têm muitas dificuldades, quando são deslocados, em encontrar uma habitação condigna, possam ter esse seu problema resolvido”. Esta resposta à crise da habitação destina-se não só a docentes como também a médicos, enfermeiros e agentes de autoridade, esclarece o mesmo comunicado, com a autarquia a estar já a dar os primeiros passos nesse sentido, através, da aquisição de alguns fogos para o efeito.
 
Refira-se que o Agrupamento Engº Duarte Pacheco passa agora a integrar 12 escolas, 2402 alunos, mais de 200 professores e outros tantos profissionais nas áreas operacionais, administrativas e técnicos especializados. Mantém um protocolo com o Conservatório de Música de Loulé para o ensino articulado da música. Outra das ofertas é o Centro de Apoio à Aprendizagem, que procura dar resposta organizativa de apoio à inclusão e a situações de multideficiência, recebendo alunos tanto do concelho como de outros limítrofes.