O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, foi hoje à tarde apupado em Loulé por alguns cidadãos quando se preparava para participar numa conferência sobre Economia Social organizada pelo CDS-PP.
João Martins, professor na Universidade do Algarve, foi um dos participantes da pequena manifestação em frente ao edifício da Assembleia Municipal de Loulé e, em declarações à Lusa, lamentou o facto de o ministro ter entrado e saído pelas traseiras do edifício e não ter ido “enfrentar a população”.
Os manifestantes mostravam um cartaz em que se lia "Resgatar a dignidade e a decência", pediam a demissão do Governo e acusavam o ministro Mota Soares de ser um dos responsáveis diretos pelo "corte no subsídio dos desempregados, nos abonos de família, nas reformas dos idosos e nos apoios sociais".
Segundo João Martins, os manifestantes foram identificados pelas autoridades policiais no local.
O deputado do CDS-PP Artur Rêgo, eleito pelo círculo de Faro e um dos organizadores da conferência sobre Economia Social, confirmou à Lusa que algumas pessoas se manifestaram – “um tinha um megafone, outro uma pandeireta e outro um guarda-chuva preto” – e gritaram palavras como “ladrões”.
Na conferência participaram, além de Pedro Mota Soares, o bispo da Diocese do Algarve, Manuel Quintas, o vice-presidente do Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial, Domingos Carvalhosa, Maria Manuela Silva e Elisabete Santos (do Refúgio Aboim Ascensão), a diretora do Centro Distrital da Segurança Social de Setúbal, Ana Clara Birrento, entre outros.
A conferência arrancou cerca das 14:00.
“A crise, económica, social e até de valores com que nos debatemos, em Portugal e na Europa, deve ser também um momento de oportunidade para refletir, procurar novos caminhos e partilhar experiências e ideias”, referiu o deputado, para quem “importa acompanhar e incentivar as respostas que a sociedade dá aos problemas concretos, tanto através das instituições como através dos cidadãos e das empresas socialmente responsáveis”.