A campanha, realizada ao longo de 26 dias de campo entre Odeleite e Serpa, permitiu a captura de 35 linces em oito áreas distintas, incluindo nove juvenis. Vinte e dois animais foram equipados com colares emissores LoRaWAN, tecnologia que permite alertar condutores, através da plataforma Waze, sobre a proximidade de linces em troços rodoviários de elevado risco.
Estas campanhas anuais têm como objetivo fazer a recolha de informação sanitária rigorosa, sendo esta a principal base do esforço de conservação desta espécie. Cada lince capturado é identificado, fotografado, examinado, vacinado e alvo de recolha de amostras para análises biológicas e genotipagem.
Segundo comunicado do ICNF, os colares emissores "ajudam a detetar sinais precoces de problemas físicos, mas também revelam comportamentos e deslocações que permitem mapear riscos reais no terreno. Foi assim que se identificaram os troços de estrada mais perigosos, onde a velocidade dos carros e a curiosidade natural dos linces formam uma combinação letal — uma ameaça que só pode ser enfrentada com dados precisos e com atuação rápida. No final dos trabalhos, de monitorização, os animais são libertados no seu habitat natural".
A campanha, integrada no projeto LIFE Lynxconnect, contou com a participação de técnicos, vigilantes da natureza e agentes florestais. Os resultados de 2025 refletem já a sua experiência, alcançando o maior número de capturas e marcações desde o início do programa.
Em 2024, o lince-ibérico deixou de ser classificado como espécie “Em Perigo” a nível ibérico, passando a “Vulnerável” na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, um exemplo de sucesso na conservação de espécies. De acordo com o último Censo do Lince-Ibérico, a população total ultrapassou os 2.400 exemplares, com 2.401 linces recenseados em Espanha (2.047) e Portugal (354), incluindo 1.557 adultos ou subadultos e 844 crias em liberdade.