No âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Museus e da Noite Europeia dos Museus, decorre a 18 de maio, a inauguração da exposição “Amar Cássima”, de Sílvia Rodrigues, no Museu Municipal de Loulé.
Em comunicado da Câmara Municipal de Loulé, revere que esta coleção de joalharia é inspirada na lenda da Moura Cássima, filha mais nova do governador mouro que dominava o território em 1149 e, que se diz, ainda hoje vive presa a um encantamento numa fonte em Loulé.
A coleção é o resultado do trabalho de Sílvia Rodrigues enquanto residente do Loulé Design Lab, espaço de criação e experimentação da Câmara Municipal de Loulé, em estreita colaboração com Jürgen Cramer, artesão da Oficina dos Caldeireiros (pertencente à rede de oficinas do Loulé Criativo).
Sílvia Rodrigues é designer e proprietária da Sigues, uma marca que trabalha o amor nas suas coleções de joias, malas e candeeiros, peças de autor feitas com papel de jornal.
Todas as peças da coleção “Amar Cássima” são feitas manualmente, conjugando as técnicas ancestrais do trabalho em cobre com a inovação do uso do papel de jornal impermeabilizado. As primeiras peças desenvolvidas foram já apresentadas em maio de 2018, no Algarve Design Meeting, em Faro, conforme explica a autarquia.
Inspirada na lenda da Moura Cássima, esta coleção relembra o período conturbado da história de Loulé, aquando do domínio dos Mouros e da conquista da cidade por D. Paio Peres em 1149, provocando a fuga do governador mouro para Tânger. Para proteger as suas três filhas, o governador deixa-as encantadas e escondidas numa fonte.
A coleção apresentada é constituída por três conjuntos, cada um dedicado a uma das filhas do governador. As tiras de cobre são longas, retas, assimétricas, de pontas aguçadas e “abraçam” os círculos de papel de jornal (as pedras preciosas desta coleção), tal como o governador de Loulé abraça as suas três belas filhas para as proteger de um possível cativeiro.
A filha mais velha, Lydia, de pele excessivamente clara, trazia por norma uma túnica branca (colar e brincos), Zara, a filha do meio, tinha cabelos de ouro e vestia-se de amarelo como um girassol (colar e pregadeira) e a mais nova Cássima, era morena, com cabelos negros que lhe caiam em bandós no vestido verde pálido.
Cássima, a personagem principal desta lenda, tem nesta coleção um lugar de destaque (colar, brincos, anel e pulseira), evidenciando desta forma a sua importância face às outras irmãs, pois para o seu pai ela era a moura preferida, a mais gentil e formosa das três.
As irmãs Lydia e Zara foram libertadas por um escravo carpinteiro de Loulé, que trouxe de Tânger dois pães entregues pelo governador que continham a chave para pôr fim ao feitiço.
Diz-se que Cássima permanece encantada na fonte até aos dias de hoje, pois o pão que a libertaria foi aberto por curiosidade pela mulher do escravo carpinteiro e perdeu assim os poderes para o seu desencantamento.
A exposição inaugura no sábado, dia 18, pelas 21h30, e vai estar patente ao público até 27 de julho, diariamente, das 9h30 às 17h30.
A entrada é livre.