Comunicado do Movimento "Pela Ribeira de Quarteira - Contra a Cidade Lacustre" informa que termina esta segunda-feira, 9 de setembro, a Consulta Pública do projeto designado por “Cidade Lacustre” ou “Vilamoura Lakes” que prevê a construção junto à Ribeira de Quarteira, numa área de 57,4 hectares de uma cidade turística com lagos artificiais.
Segundo o Movimento Cidadão, trata-se de um projeto que "irá destruir toda uma zona húmida no Algarve com elevada riqueza ambiental, patrimonial e social, implicando mudar a paisagem, deslocar e destruir recursos naturais e patrimoniais protegidos".
A “Cidade Lacustre” está projetada para ser uma espécie de cidade com lagos artificiais, com uma área global de cerca de 22,4 hectares (ha). Parte desses lagos (cerca de 7,8 ha da área total) será feita sobre lagos de água doce existentes.
A localização será desde o Cerro da Vila (classificado como Imóvel de Interesse Nacional) até ao mar (espaço público). O projeto localiza-se na bacia hidrográfica da Ribeira de Quarteira, implicando o desvio do Vale Tisnado, cuja área de estudo insere-se na unidade hidrogeológica da Orla Algarvia (também designada por Orla Meridional).
O Movimento "Pela Ribeira de Quarteira - Contra a Cidade Lacustre", acrescenta que o terreno apresenta uma diversidade florística e de vegetação elevada, "como é expectável em locais com elevada perturbação antrópica; intersecta uma IBA (Vilamoura (PT091) que se caracteriza pela presença de populações importantes de aves associadas a zonas húmidas".
Afirma que os dois projetos em causa "é um ataque ambiental e um ataque feroz à sustentabilidade da região algarvia. Não é possível permitir que um projeto pensado à realidade de 1999 possa avançar em 2019 (assente em planos obsoletos criados à pressa para fugir à proibição de construção junto da orla costeira), num planeta à beira do colapso ambiental e social, com a emergência climática, a destruição da biodiversidade e de habitats na ordem do dia".
Da consulta do Estudo de Impacto Ambierntal do Loteamento da "Cidade Lacustre" o mesmo Movimento diz que o projeto não vai ao encontro da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas de Loulé.