O Movimento Castro Marim + Limpo existe para mudar mentalidades e limpar o lixo que é deitado para o chão.
O Algarve Primeiro falou com Elias Gato, um dos membros do Movimento que explicou que as pessoas por iniciativa própria ou em conjunto, dinamizam ações de recolha de lixo e a sua correta separação em vários sítios, desde a Vila de Castro Marim, passando pela serra ou nas praias.
O Castro Marim + Limpo surgiu em novembro de 2019, tem uma página no
Facebook, promove ações de limpeza programadas, mas também iniciativas informais de cada elemento em que no seu percurso para o trabalho ou passeio, «aproveita esses momentos para fazer a recolha».
Elias Gato disse ao nosso jornal, que não é preciso procurar pelo lixo «ele está à nossa frente, faz-me confusão em tantos anos, parece que as coisas não evoluíram e já não consigo ser indiferente, passar num determinado sítio e ver lixo».
De acordo com este membro, os idosos são os mais asseados, «costumo ver que os idosos por terem a preocupação de mostrar a sua terra e terem brio em mostrá-la limpa e arrumada, têm essa cultura de não sujar, pelo contrário são as pessoas de meia-idade aquelas em que vejo mais essa falta de civismo, e o mais grave, vejo crianças a fazer o mesmo o que me leva a pensar que tipo de educação está a ser transmitida aos mais novos».
A própria autarquia de Castro Marim já reconheceu o trabalho do grupo, tendo na última reunião de Câmara, a vice-presidente Filomena Sintra e, o presidente Francisco Amaral, «reconhecido o nosso trabalho de forma a sensibilizar as pessoas para que vejam este Movimento como um exemplo».
Na opinião de Elias Gato, a culpa do lixo nas ruas não deve passar por uma entidade como a autarquia ou outra entidade pública ou privada, «acho que o problema tem de ser resolvido na origem, isto é, junto do consumidor». Nas mesmas declarações, disse não ter dúvidas de que o problema é nacional por falta de educação ambiental.
Questionado se os turistas também sujam a via pública, referiu que não se põe essa questão, «já que nos seus países de origem, essa mentalidade de não sujar já está enraizada na sua cultura», concluiu.